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Venezuela: "Não entendíamos o que estávamos a defender"

O sargento Jean Carlos Cesar Parrado disse no domingo que decidiu deixar a Guarda Nacional Bolivariana porque já não conseguia entender o regime do Presidente Nicolás Maduro, que até agora defendia.

Venezuela: "Não entendíamos o que estávamos a defender"
Notícias ao Minuto

06:04 - 25/02/19 por Lusa

Mundo Militares

"Não estávamos a entender o que estávamos a defender, o que está e o que poderia mudar do Governo atual [de Maduro]", declarou aos jornalistas que estão em Pacaraima, cidade brasileira onde o militar solicitou refúgio na noite de sábado.

"Causa-me dor ver o sofrimento de meus conterrâneos, meninos, pessoas doentes, pessoas idosas. Eu, como venezuelano, tenho, na realidade, sentimentos. Me causa uma dor patriota o que eles estão a viver", frisou.

Jorge Luis Gonçales Romero, outro sargento da Guarda Nacional Bolivariana que também desertou no sábado e pediu refúgio ao Brasil, contou que deixou a sua família para mandar uma mensagem e tentar reunir-se com outros militares que já deixaram as Forças Armadas da Venezuela.

"Nós decidimos vir [pedir refúgio ao Brasil] porque realmente o regime não está [a funcionar] (...). Viemos apoiar o novo Presidente, Juan Guaidó, por nossa própria vontade. Queremos encontrar-nos com os outros militares que foram para a Colômbia e comunicar com eles", afirmou.

"Fizemos o que fizermos e não podemos aceitar mais a ditadura de Nicolás Maduro. Ficámos cansados disso. Estamos conscientes da necessidade que sofre o povo da Venezuela", acrescentou Jean Carlos Cesar Parrado.

Os militares afirmaram aos jornalistas que há um sentimento de desalento entre os militares venezuelanos e que vários estão a pensar em deixar as Forças Armadas, embora não tenham podido estimar o número de insatisfeitos com o regime de Maduro.

Um terceiro militar da Guarda Nacional Bolivariana chamado Carlos Eduardo Zapata, que chegou ao Brasil na manhã de domingo, procurou os jornalistas que falavam com os seus companheiros para frisar que saiu da Venezuela para combater a usurpação de Maduro.

"Maduro está a usurpar um cargo que já não lhe corresponde. Nós, os militares, a tropa profissional, reconhecemos Juan Gauidó como Presidente da Venezuela e queremos que os nossos companheiros se unam para vir ao Brasil e para a Colômbia e coloquem-se ao lado do povo, que está a passar fome", explicou.

No domingo, a vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, confirmou que mais de 120 membros das Forças Armadas de Venezuela desertaram após os conflitos registados no sábado na fronteira durante a entrega de ajuda humanitária.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

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