"Ajudar a população na Venezuela com necessidades é uma prioridade para a União Europeia", declarou o porta-voz da Comissão Europeia, em Bruxelas, falando na habitual conferência de imprensa diária desta instituição.
Num comunicado, Bruxelas dá conta de que, "como muitas pessoas continuam a sofrer com a grave crise socioeconómica na Venezuela, a Comissão atribuiu hoje uma assistência humanitária adicional de cinco milhões de euros para ajudar os mais necessitados".
Citado pela nota, o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, vinca que esta "ajuda de emergência" da União Europeia (UE) visa "ajudar os mais necessitados, que não têm acesso a alimentos, medicamentos e serviços básicos e que foram forçados a deixar suas casas".
"Continuaremos também a apoiar os venezuelanos e as comunidades que os recebem nos países vizinhos", vinca o responsável.
Para isso, Bruxelas tenciona abrir um escritório destinado à ajuda humanitária em Caracas, capital da Venezuela, no qual pretende "prestar cuidados urgentes de saúde, permitir o acesso a água potável e saneamento", bem como "à educação", "a alojamento e a alimentação", adianta a Comissão Europeia em comunicado.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos da América e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, maioritariamente da oposição, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
Esta segunda-feira, Portugal juntou-se a outros países da UE, como Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Áustria ou Holanda, que reconheceram o presidente da Assembleia Nacional (parlamento venezuelano), Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, após expirar um prazo de oito dias para que o Presidente Nicolás Maduro convocasse eleições presidenciais antecipadas naquele país.