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Mulheres e crianças refugiadas na Turquia precisam de "proteção especial"

A jurista turca Aysen Önen defendeu hoje em Lisboa que as mulheres e crianças, que constituem a maioria dos refugiados na Turquia, precisam de "uma proteção especial".

Mulheres e crianças refugiadas na Turquia precisam de "proteção especial"
Notícias ao Minuto

13:19 - 21/11/18 por Lusa

Mundo Jurista

Em entrevista à Lusa à margem da Cimeira dos Direitos Humanos das Mulheres, a vice-presidente da Federação Internacional das Mulheres de Carreiras Jurídicas reconheceu que a Turquia enfrenta atualmente "graves problemas sociais, económicos e de segurança" decorrentes do fluxo de refugiados originários da vizinha Síria.

Entre os 3,5 milhões de refugiados sírios oficialmente registados no país, número que a jurista turca aumenta para "cinco a seis milhões, se se incluir os ilegais", cerca de 60 por cento são mulheres (idosas, jovens, grávidas) e meninas, refere a jurista turca.

Aysen Önen explicou que o país adotou uma lei com artigos específicos sobre mulheres e crianças, mas reconheceu: "A lei é uma coisa e a aplicação da lei é outra, infelizmente".

Assinalando que "há aldeias turcas onde a maioria da população é síria", Aysen Önen considera natural que, perante este cenário, "a maioria da população turca ache que já chega e não queira que a Turquia receba mais refugiados".

Ainda para mais quando a resposta europeia deixa muito a desejar.

"Os países europeus não conseguem agir em conjunto, não há consenso sobre a proteção dos refugiados", critica, explicando que a ausência de uma posição levou a Turquia a fazer um acordo com a União Europeia para, pelo menos, "tentar evitar a passagem ilegal desses refugiados para a Europa".

Porém, continua a haver "países europeus que não aceitam refugiados e não assumem a sua responsabilidade nesta crise", denuncia, considerando que "os valores europeus não estão a ser verdadeiramente aplicados nesses países".

Dada a sua importância estratégica, "a estabilidade política e económica da Turquia é muito importante, não só para os turcos, mas para a Europa", recorda a jurista.

"A instabilidade da Turquia trará instabilidade à Europa", observa.

É também nesse sentido que vai a criação de "uma zona tampão ao longo da fronteira com a Síria", para a qual a Turquia conta com o apoio da Rússia na vigilância e na segurança.

"A guerra vai continuar, precisamos dessa zona e de trabalhar em conjunto com a Rússia", justifica.

Organizada pela Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, a Cimeira dos Direitos Humanos das Mulheres junta, na Faculdade de Direito, quase uma centena de juristas de 25 países diferentes durante três dias, em Lisboa, terminando na quinta-feira.

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