"Consideramos essas acusações absolutamente vazias, sem fundamento e ilegais. Os nossos ativistas não tiveram como objetivo apoderar-se da propriedade de alguém. Não houve crime", declarou Mikhail Kreindlin, advogado da Greenpeace.
Segundo ele, os acusados são cidadãos do Brasil e da Grã-Bretanha.
Vinte e oito elementos da tripulação do navio "Arctic Susrise" aguardam a acusação, que poderá ser semelhante à tomada hoje.
No âmbito de uma campanha contra a exploração petrolífera no Ártico, iniciada pela Rússia e parceiros ocidentais, ativistas da Greenpeace tentaram, há uma semana, escalar uma plataforma do gigante russo do gás Gazprom no Mar de Barents.
Os militantes foram impedidos pelos guardas costeiros russos, que dispararam tiros de aviso com armas automáticas, de acordo com a organização não-governamental ecologista.
O navio da Greenpeace "Artic Sunrise", com pavilhão holandês, acabou por ser apresado por comandos da guarda costeira russa e rebocado até Murmansk, onde os 30 membros da tripulação internacional foram colocados em detenção, acusados de pirataria, um crime passível de uma pena de 15 anos de prisão.
Os ativistas são originários de um total de 18 países, como Estados Unidos, França, Suíça, Finlândia, Reino Unido, Polónia ou Rússia.
Todos os ativistas rejeitaram as acusações de "pirataria", afirmando que a ação de protesto na plataforma da Gazprom foi pacífica.
O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que os ativistas "não são piratas", mas que tinham "infringido o direito internacional".
A comissão de inquérito russa, principal órgão encarregado das investigações criminais, indicou que as acusações poderão ser reduzidas durante a investigação.
Porém, as acusações de hoje vão em sentido contrário, pois, na Rússia, a pirataria é condenada com numerosos anos de prisão.