"Nós, mulheres e homens de várias partes do mundo comprometidos com a democracia e os direitos humanos, expressamos o mais profundo repúdio ao candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que disputa a segunda volta da eleição presidencial no Brasil no próximo 28 de outubro", lê-se no manifesto subscrito, entre outros, pelos eurodeputados comunistas João Ferreira, João Pimenta Lopes e Miguel Viegas, e por Marisa Matias, do Bloco de Esquerda.
Os eurodeputados sublinham que as posições que Bolsonaro tem sustentado ao longo de sua vida pública e nesta campanha eleitoral são "calcadas em valores xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos".
"O candidato de extrema-direita defende abertamente os métodos violentos utilizados pelas ditaduras militares, inclusive torturas e assassinatos. Tais posições atentam contra uma sociedade livre, tolerante e socialmente justa", salientam.
Segundo os membros do PE, a decisão que o povo brasileiro tomará na segunda volta das eleições presidenciais constituirá "uma escolha de transcendental importância entre a liberdade e o pluralismo e o obscurantismo autoritário, com impactos duradouros não só para o Brasil mas para toda a América Latina e Caribe e o mundo".
"Conclamamos as brasileiras e brasileiros a refletirem sobre a gravidade deste momento histórico. Entre a democracia e o fascismo não pode haver neutralidade!", alertam.
Jair Bolsonaro, de 63 anos, lidera as sondagens sobre a segunda volta das presidenciais do Brasil, com 58% das intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha, mas é criticado por adotar ideais da extrema-direita e por já ter manifestado admiração pela ditadura militar, regime que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985.
Esta candidatura também desperta receio porque ao longo da carreira e também desta campanha Bolsonaro fez declarações públicas consideradas machistas, racistas, homofóbicas e de apologia à violência.
A segunda volta das presidenciais do Brasil acontece no dia 28 de outubro.