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Áustria recusou pedido de asilo de refugiado por não agir como um gay

Responsável dos serviços de imigração alega que o jovem afegão não admitiu inicialmente que era homossexual.

Áustria recusou pedido de asilo de refugiado por não agir como um gay
Notícias ao Minuto

18:35 - 16/08/18 por Fábio Nunes

Mundo Imigração

A Áustria rejeitou o pedido de asilo de um afegão de 18 anos que assumiu ser gay por este, aparentemente, não ser gay o suficiente. A revista Falter publicou o caso deste jovem refugiado, cujo ‘erro’ foi não ter revelado a sua orientação sexual quando chegou ao país.

Quando fez o pedido de asilo e disse que era homossexual – algo que é considerado um crime no Afeganistão e que pode ser punido com a pena de morte – os responsáveis do serviço de imigração não acreditaram nele com base em critérios no mínimo controversos.

“Nem a tua forma de andar, nem o teu comportamento ou a tua roupa mostram qualquer indicação de que possas ser homossexual”, disse-lhe o responsável.

O facto de ter estado envolvido em lutas com outros refugiados no centro de acolhimento onde ficou também parece ter espantado os serviços de imigração austríacos. “Tu pareces ser capaz de um nível de agressão que não seria de esperar entre os homossexuais. Tu não tens muitos amigos… Os homossexuais não são habitualmente mais sociáveis?”, perguntou-lhe o responsável.

O jovem afegão apelou da decisão e, por enquanto, permanece na Áustria.

Apesar de este ser apenas um caso, Marty Huber, um ativista dos direitos humanos da ONG Queer Base, que está a representar o refugiado, salienta que os estereótipos são frequentemente utilizados para rejeitar pedidos de asilo. Uma situação que se agravou com a chegada ao poder de Sebastian Kurz, o conservador chanceler austríaco.

“O governo populista está a espalhar a ideia de que os refugiados podem afirmar de forma falsa que são LGBT para poderem ficar na Áustria. Mas mesmo que haja dúvidas sobre a sexualidade de alguém, eu prefiro que fiquem aqui do que arriscar a sua morte enviando-os de volta para o Irão ou para outro país”, referiu.

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