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Tragédia na Grécia. Incêndios mataram 50 pessoas e feriram mais de 150

Os fogos que lavram na Grécia causaram, pelo menos, 50 mortos e 156 feridos, alguns em estado crítico, de acordo com os últimos dados da Proteção Civil grega. A braços com intensos incêndios e ondas de calor estão também a Suécia, Reino Unido, Canadá e o Japão.

Notícias ao Minuto

07:22 - 24/07/18 por Lusa

Mundo Estado

Se por cá, o verão tem sido ameno para o habitual e, felizmente, os incêndios têm dado tréguas, o mesmo não se poderá dizer da Grécia. Os fogos que lavram no país já causaram pelo menos 50 mortos e 156 feridos, de acordo com um novo balanço feito esta terça-feira pela Proteção Civil grega.

A mesma fonte, que está a ser citada pela agência de notícias Efe, precisou que 11 dos feridos estão em estado crítico e teme-se que o número de mortes seja ainda maior, uma vez que os serviços de emergência continuam a receber telefonemas a alertar para o desaparecimento de pessoas.

Todas as vítimas, registadas até agora, foram encontradas entre o porto de Rafina, a cerca de 30 quilómetros de Atenas, e Nea Makri, cerca de dez quilómetros mais a Norte.

As vítimas encontravam-se em casa ou nos seus carros. Outras pessoas tentaram fugir do fogo atirando-se ao mar, mas acabaram por morrer afogados.

Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à rede de televisão pública ERT que, depois de terem sido encontrados 24 corpos, os bombeiros descobriram hoje um outro grupo de 26 pessoas, já sem vida, num campo localizado na pequena cidade de Mati.

De acordo com os bombeiros, ainda existem três incêndios em curso na região de Ática, mas também grandes frentes noutras regiões do país, particularmente na área de Corinto, no Peloponeso, bem como na ilha de Creta.

As operações de combate aos incêndios prosseguiram durante a noite, mas foram prejudicadas por fortes ventos. 

Depois de as autoridades terem declarado o estado de emergência e solicitado ajuda internacional, o porta-voz do Governo, Dimitris Tzanakopoulos, anunciou que os aviões de combate aos incêndios chegarão hoje de Espanha, bem como voluntários do Chipre.

Segundo o autarca de Rafina, Evánguelos Burnús, pelo menos 500 casas e 200 veículos foram danificados em maior ou menor grau pelas chamas. Num comunicado enviado à televisão ERT, Burnus referiu que continua a ser realizada a operação de resgate por mar realizada na segunda-feira e que os navios da Guarda Costeira estão a transportar muitos moradores de Rafina para outras áreas seguras.

"Estamos a enfrentar uma situação extrema, muito difícil" devido à violência e versatilidade dos ventos, que aumentaram ao longo do dia, revelava ontem a noite à estação televisiva Ert o responsável pelos bombeiros da região de Atenas, Achille Tzouvaras. "Haverá danos, mas agora temos que evitar vítimas", indicou Tzouvaras, acrescentando que as ordens de evacuação emitidas pelas autoridades locais não estavam a ser obedecidas.

O incêndio, que começou no fim da manhã, numa floresta no Monte Gerania, perto da zona de Kineta, rapidamente se propagou por centenas de quilómetros, aproximando-se do mar. Mais de 130 bombeiros, assistidos por cinco aviões e dois helicópteros, foram mobilizados, mas a intervenção aérea foi impedida por ação dos ventos.

A vaga de calor também privou o acesso dos turistas à Acrópole de Atenas, que foi encerrada durante três horas, uma vez que, segundo a lei grega, os locais públicos podem ser fechados caso as temperaturas ascendam aos 36 graus.

Seca e vaga de calor na origem de incêndios em vários pontos da Europa (e não só)

Os termómetros estão a ultrapassar temperaturas recorde, face à vaga de calor e seca. Na região no extremo-norte da Lapónia, na Finlândia, múltiplos fogos florestais persistem, propagados a partir da fronteira com a Rússia.

A Noruega também regista temperaturas extremamente altas, tendo o mês de maio sido registado como o mais quente de sempre e com temperaturas também acima do normal em junho, superiores a 30 graus. Apesar da morte de um bombeiro, nenhum destes fogos têm a magnitude dos registados na última semana na Suécia, que pediu assistência a Bruxelas para fazer face às dezenas de incêndios florestais que continuam ativos.

A agência sueca de Proteção Civil (MSB), anunciou esta segunda-feira a existência de 27 fogos ativos um pouco por todo o país, onde em certas regiões não chove há já três meses, sendo que apenas quatro se encontram fora de controlo.

Atualmente o risco é "extremo", principalmente no Sul onde se espera que os termómetros atinjam os 35 graus nos próximos dias, sem previsão de chuva.

Mal equipada para o combate de incêndios desta magnitude, a Suécia já recebeu dois aviões de Itália e três de França especializados no bombeamento de água, assim como um avião de reconhecimento, através do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, desde que Estocolmo solicitou reforços em 16 de julho. Também de Portugal partiram dois aviões médios anfíbios e um módulo de combate a incêndios com capacidade de análise de comportamento de fogo e reconhecimento e avaliação, num total de 31 elementos e quatro veículos.

Foram ainda mobilizados para aquele país escandinavo cinco helicópteros de luta contra incêndios alemães e lituanos, 44 veículos de bombeiros e 130 operacionais da Polónia e 12 veículos com 55 bombeiros da Dinamarca.

A mobilização do mecanismo europeu de proteção civil para combater incêndios florestais na Escandinávia ilustra bem o verão atípico que a União Europeia está a conhecer este ano, com a "capital" Bruxelas a bater Lisboa em calor e seca.

Mas também do outro lado do Atlântico no Canadá e EUA, os efeitos do calor se têm feito sentir. O mesmo sucede no Japão, que depois de inundações enfrenta agora uma onda de calor que fez subir para, pelo menos, 80 o número de vítimas mortais e para cerca de 35 mil o número de pessoas a terem de receber assistência hospitalar.

"Estamos a assistir a um calor sem precedentes em várias regiões", disse um dos responsáveis da Agência Meteorológica japonesa, Motoaki Takekawa, numa conferência de imprensa na segunda-feira.

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