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Hassan Rohani diz que EUA não podem decidir pelo Irão nem pelo mundo

O Presidente iraniano disse hoje que os EUA não podem decidir pelo Irão, nem pelo mundo, depois de Washington ter anunciado 12 condições drásticas para um novo acordo com Teerão sobre os programas nuclear e balístico.

Hassan Rohani diz que EUA não podem decidir pelo Irão nem pelo mundo
Notícias ao Minuto

20:46 - 21/05/18 por Lusa

Mundo Irão

"Quem és tu para decidir pelo Irão e pelo mundo?", perguntou Hassan Rohani, citado pela televisão estatal iraniana, em resposta às exigências do novo secretário de Estado norte-americano.

Mike Pompeo ameaçou hoje o Irão com uma "pressão financeira sem precedentes", mas admitem levantar as sanções caso Teerão respeite as exigências severas de Washington.

Num discurso em que apresentou a nova estratégia dos Estados Unidos da América após a retirada do acordo nuclear com o Irão, o secretário de Estado norte-americano enumerou 12 condições draconianas que considera que devem constar num tratado com Teerão que substitua o acordo assinado em 2015, com a administração de Barack Obama.

A Casa Branca exige, entre outros aspetos, que o Irão acabe "permanentemente" com o enriquecimento de urânio, o seu programa de mísseis balísticos e o seu envolvimento em alguns conflitos no Médio Oriente. Em troca, os EUA declaram-se prontos para levantar as suas sanções.

Mike Pompeo declarou que os EUA não pretendem renegociar o acordo nuclear assinado com o Irão e outras cinco potências em 2015, e preferem alcançar "um tratado" com Teerão que seja ratificado pelo Congresso norte-americano, de forma a garantir a sua permanência.

O governante norte-americano afirmou que os EUA querem garantir que o Irão "não terá qualquer acesso a armas nucleares", acrescentando: "Estas serão as maiores sanções da história".

O chefe da diplomacia dos EUA pediu o apoio dos aliados de Washington, nomeadamente os europeus, apesar de ter advertido que as empresas europeias que negociarem com Teerão nas áreas interditas pelas sanções norte-americanas "serão responsabilizadas".

O governante disse compreender que a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de sair do acordo nuclear "vai representar dificuldades financeiras e económicas para uma série de [países] amigos" de Washington.

"Eu sei que os nossos aliados na Europa podem tentar manter o antigo acordo nuclear com Teerão. Isso é uma decisão deles. Eles sabem qual é a nossa posição", comentou.

Na lista das exigências norte-americanas constam medidas que dificilmente serão cumpridas por Teerão.

Washington quer que o enriquecimento de urânio pare por completo, quando foi autorizado, com fortes limitações, no acordo de 2015.

O Irão também deve permitir "acesso desqualificado a todos os locais no país", disse Pompeo, aludindo a sítios militares que estavam excluídos do acordo em vigor, exceto sob circunstâncias específicas.

Além disso, o Governo norte-americano quer que o Irão declare todas as tentativas antigas de construir uma arma nuclear, reabrindo um tema que a Agência Internacional de Energia Atómica, um organismo das Nações Unidas, já tinha declarado como encerrado.

Pompeo também exigiu que o Irão suspenda uma série de ações no Médio Oriente que há muito motivam a ira dos EUA e aliados, reclamando o fim do apoio aos rebeldes houthis xiitas no Iémen e ao Hezbollah, a retirada de "todas as forças" da Síria e o fim das ameaças a Israel.

O Irão também deve "libertar todos os cidadãos norte-americanos" desaparecidos no Irão ou detidos por "acusações falsas", disse.

Ao mesmo tempo, Washington oferece uma série de eventuais concessões a Teerão, caso concorde em realizar "mudanças profundas".

Sob um novo acordo, os Estados Unidos estariam dispostos a levantar todas as sanções, restaurar os laços diplomáticos e comerciais com o Irão, e até apoiar a modernização da economia iraniana.

"É o desejo da América que os nossos esforços para a paz e segurança tragam resultados para o povo do Irão, que sofre há muito", declarou Pompeo.

Donald Trump anunciou no início do mês a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha.

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