Nunca se falou tanto em hábitos saudáveis e dicas nutricionais como nos dias de hoje. Embora a boa alimentação e o combate à obesidade e ao sedentarismo sejam questões importantes e que devem ser debatidas, há toda um teia de marketing e falsos especialistas que nada mais fazem do que confundir as pessoas sobre o que é saudável ou não.

No que toca à alimentação, a ciência tem provado que não há nada melhor para o corpo e para mente do que os alimentos no seu estado mais natural, sem químicos, aditivos e produtos industrializados. Não restam dúvidas de que uma alimentação à base de de frutas e vegetais, carnes brancas, peixes ricos em ómega 3, grãos integrais, leguminosas e ainda sementes e frutos secos é capaz de dar mais saúde e prolongar os anos de vida a qualquer pessoa.

Contudo, no que toca aos hábitos, são muitos aqueles que se ‘vendem’ como saudáveis, mas que, na verdade, podem mesmo comprometer a saúde das pessoas, especialmente quando passam a fazer parte da rotina e sem que haja algum tipo de aconselhamento médico ou procura de informação.

Como destaca o Mirror, trocar os refrigerantes por versões light (gaseificadas ou não) até parece uma boa decisão, mas a verdade é que as bebidas que se rotulam como não açucaradas são ricas em corantes, aditivos e adoçantes artificiais que têm um terrível impacto na saúde, podendo mesmo desencadear um maior risco de diabetes, demência, depressão e ataque cardíaco, como indicou um estudo da Universidade de Boston. Estas são as versões light que deve ignorar.

Ainda no que diz respeito aos doces, trocar o açúcar pelo mel pode ser também um hábito não muito saudável, uma vez que existe a tendência de exagerar na quantidade do mel só porque é mais saudável do que o açúcar. Moderação é a palavra de ordem em qualquer tipo de adoçante.

A toma de suplementos vitamínicos é um hábito para muitas pessoas, especialmente para aquelas que procuram ter o máximo de nutrientes no organismo, contudo, existem riscos associados quando não são tomados com o aconselhamento médico. Além de se poder exceder a dose diária recomendada de um micronutriente (aumentando a sua toxicidade), os suplementos vitamínicos não têm uma absorção tão eficaz quanto os alimentos no seu estado natural, podendo ser altamente perigoso para a saúde quando são usados como substitutos de determinados alimentos, como indicou um recente estudo brasileiro. Mas há mais: a toma destes suplementos ao pequeno-almoço e em simultâneo com a ingestão de café ou chá pode comprometer ainda a sua absorção e a absorção de outros micronutrientes.

Também comum, mas possivelmente perigoso é o hábito de assumir que tudo o que é herbal ou feito à base de ervas medicinais é saudável e até mesmo melhor opção do que os fármacos químicos. Como destaca o médico Dick Middleton, “todas os medicamentos portam riscos e benefícios e os medicamentos à base de ervas não são exceção”, principalmente quando adquiridos sem aconselhamento médico.

De acordo com a publicação, um outro hábito comum que não é saudável é a ingestão exagerada de fibra. Embora a fibra seja fundamental para a boa saúde e para o trânsito intestinal, a ingestão exagerada deste nutriente pode causar alguma irritação intestinal, causar diarreia e inchaço abdominal.

Por fim, mas não menos errado, está o hábito de repor as horas de sono ao fim de semana. Se dormir pouco tem implicações diretas e negativas na saúde, dormir horas a mais também o tem. Um estudo da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, diz que dormir mais do que o devido aumenta a sensação de depressão e ativa os marcadores inflamatórios, deixando o organismo mais desprotegido e à mercê de algumas doenças. Sabia que dormir mais do que o devido tem o mesmo efeito de uma ressaca?