Meteorologia

  • 17 ABRIL 2024
Tempo
28º
MIN 14º MÁX 28º

Os alimentos da moda serão assim tão benéficos?

Existem cada vez mais livros, artigos e estudos que descrevem determinados alimentos – alguns bem comuns do dia-a-dia – como superalimentos. Mas serão assim tão benéficos?

Os alimentos da moda serão assim tão benéficos?
Notícias ao Minuto

09:30 - 08/08/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Nutrição

Os superalimentos têm tanto de glorificados como de criticados. Enquanto algumas pessoas se mostram fieis a este conceito, outras preferem esperar por mais evidências científicas para incluírem na alimentação nomes como spirulina, clorela, camu camu, baobab, maca ou matcha.

Embora o termo superalimento possa estar a ser amplamente aproveitado para fins comerciais e de marketing, o benefício nutricional de determinados alimentos está longe de ser um mito alimentar, como já lhe revelámos aqui. Contudo, a União Europeia proibiu (em 2007) o uso deste termo em embalagens sem que seja mencionado um benefício cientificamente provado, como se lê na BBC.

Ao Lifestyle ao Minuto,a naturopata Diana Patrício descreve um superalimento como “um alimento que reúne condições geniais”, mais concretamente, “um alimento que mesmo em muito pequenas quantidades consegue dar uma riqueza nutricional muito grande e muito valiosa em termos de saúde”. Já a nutricionista Sofia Pinto descreve um superalimento como aquele “que possui características fora do comum e com bastantes benefícios para a saúde”.

O Dicionário Oxford, por exemplo, define um superalimento como "um alimento rico em nutrientes considerado especialmente benéfico para a saúde e bem-estar", mas o termo foi inventado para vender produtos. “Os superalimentos são Marketing”, diz Duane Mellor, cientista de nutrição da Universidade de Canberra, na Austrália e citado pela News Scientist.

Porém, mesmo depois de o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos ter analisado minuciosamente alguns alimentos e ter revelado a sua lista de superalimentos para 2016, as dúvidas quanto a este conceito continuam a surgir e dão azo a cada vez mais investigações na área da nutrição e na forma como a alimentação pode ser a chave para uma boa saúde.

Para tentar acabar com todas essas dúvidas, a revista New Scientist decidiu passar a pente fino alguns dos alimentos da moda, como a quinoa, as bagas de goji e as sementes de chia. E as conclusões não podiam ter sido mais esclarecedoras, afinal, o próprio título da publicação diz tudo: ‘Superalimentos não significa nada, por isso parem de usar’.

Dizem os investigadores responsáveis pela análise que, no caso das bagas de goji, existem “poucos estudos” que possam definir com exatidão o que são os polissacarídeos do Lycium barbarum, componente que faz destas pequenas bagas as aliadas da alimentação saudável. Embora este pequeno fruto – vendido desidratado – contenham altos níveis de zeaxantina, um pigmento benéfico para a prevenção de doenças degenerativas, a publicação defende que existem outros alimentos tão bons ou melhores do que as bagas de goji.

No caso da quinoa, um pseudocereal que ganha destaque pelo baixo nível de hidratos de carbono e alto nível proteico, o único benefício está mesmo no valor de proteína, que pode ajudar atletas a recuperar de mazelas musculares. Quanto ao poder que exerce na saúde, a publicação defende que os estudos feitos até hoje têm poucos participantes para se tirar uma conclusão mais aprofundada sobre o assunto, embora defenda que as provas até agora conseguidas “são promissoras”.

Conhecidas por serem um alimento cujo consumo deve requerer alguns cuidados, as sementes de chia são um dos superalimentos da moda mais usados, porém, muitas pessoas continuam a consumir este alimento da forma errada. De acordo com os investigadores, a única forma de conseguir obter a totalidade ácidos gordos ómega 3 – incluindo aqueles que o organismo converte internamente – é fazendo destas sementes uma farinha. Porém, o seu valor super mantém-se intacto.

Uma das conclusões do levantamento feito pela News Scientist é que alguns alimentos comercializados como superalimentos são nutricionalmente superiores a outros alimentos similares. Mas não são muitos os casos em que tal acontece. Mas os responsáveis pelo estudo vão mais longe e criticam mesmo o uso feito atualmente desta palavra: “Os cientistas de nutrição têm pouco apetite para fazer os ensaios clínicos demorados e dispendiosos que possam fornecer respostas mais claras [sobre a existência de superalimentos]. Mas há uma solução: proibir o termo superalimento completamente. Essa palavra não significa nada”.

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório