Um acontecimento traumático que o deixe em permanente sobressalto pode fazer disparar o risco de Alzheimer no futuro. Esta foi a principal conclusão de um novo estudo científico publicado no American Neurological Association's Annals of Neurology.
Depois de analisarem amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR), que protege e nutre o sistema nervoso central (cérebro e espinal medula), os investigadores constataram que os participantes com níveis mais elevados de stress apresentavam mais proteínas associadas à doença de Alzheimer no organismo. No entanto, verificou-se que esta correlação só se aplicava se os acontecimentos stressantes tivessem ocorrido durante a infância ou na meia-idade.
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Carol Opdebeeck, professora de psicologia na Universidade Metropolitana de Manchester, no Reino Unido, escreveu no The Conversation que este estudo é a prova de que "os acontecimentos stressantes da vida, como a morte de um ente querido ou o divórcio, colocam-nos em risco de desenvolver demência no futuro".
Os autores da investigação afirmam que os acontecimentos stressantes podem levar o corpo a libertar glucocorticóides (hormonas do stress), que podem danificar as células cerebrais. Apesar destes resultados, defendem que são necessários mais estudos.
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Recorde-se que Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa perda de memória e declínio cognitivo progressivos, perturbações da linguagem e até dificuldade em realizar tarefas como pagar contas e lidar com o dinheiro, e que é a forma mais comum de demência. Demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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