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Médico alerta para os efeitos negativos do álcool em excesso no fígado

Como a época festiva é caracterizada por excessos, José Presa, médico e presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, assina este artigo de opinião, sobre os efeitos negativos do álcool na saúde do fígado.

Médico alerta para os efeitos negativos do álcool em excesso no fígado
Notícias ao Minuto

22:00 - 14/12/22 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Artigo de opinião

Estamos a chegar à quadra festiva mais aguardada do ano e, com as celebrações, vêm os excessos. A tradição manda que o copo de vinho esteja presente na mesa dos portugueses e os hábitos de consumo de álcool traduzem-se em números alarmantes: Portugal é o país onde o consumo de álcool diário é mais frequente, segundo as estatísticas do Eurostat. 

Leia Também: Maioria das pessoas com diabetes também tem esta doença

Além destes números preocupantes, o abuso do consumo de álcool traduz-se diretamente em três tipos de lesões hepáticas que, por norma, se manifestam na seguinte ordem:

  • Esteatose hepática alcoólica - patologia comummente conhecida como fígado gordo e que resulta da acumulação de gordura no fígado;
  • Hepatite alcoólica - patologia onde existe a inflamação do fígado;
  • Cirrose alcoólica - patologia onde a estrutura interna do fígado é danificada devido à substituição do tecido hepático normal por tecido cicatricial (fibrose). Este novo tecido não realiza qualquer função e, portanto, o fígado deixa de funcionar normalmente, ficando mais pequeno. Contrariamente às condições anteriores, a cirrose não é reversível e culmina, em alguns casos, no cancro do fígado.

Notícias ao Minuto Dr. José Presa© Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado  

Os primeiros sintomas relacionados à doença hepática associada ao álcool costumam aparecer por volta dos 30 ou 40 anos, em casos em que são ingeridas grandes quantidades de álcool regularmente.

Estes têm tendência a piorar, passando pela perda de apetite, náuseas e vómitos, febre, icterícia e fadiga, aumentando para sintomas mais graves como o sangramento no trato digestivo, deterioração do funcionamento do cérebro, insuficiência renal e hepática. No entanto, existe quem apresente doença hepática alcoólica e seja assintomático mesmo em fases avançadas.

Além do consumo prolongado de álcool, existem outros fatores de risco associados a estas patologias. Um deles é o género, uma vez que as pessoas do sexo feminino apresentam maior risco de contrair doença hepática.

Os fatores genéticos que influenciam a metabolização do álcool conferem um determinado risco, assim como a obesidade, diabetes e outras formas da doença hepática, nomeadamente as hepatites virais, e a subnutrição. 

Quando as complicações são graves (relacionadas com a cirrose), o prognóstico tende a ser menos positivo. Aponta-se que só metade das pessoas com estas complicações permanecem vivas após cinco anos.

Contudo, a abstinência do álcool, em conjunto com o tratamento de sintomas e complicações da lesão hepática, pode ajudar a diminuir ou a reverter a descompensação. Em casos mais graves terá de se pensar no transplante de fígado. 

Nesta quadra festiva recomendamos que esteja particularmente atento ao consumo de álcool. Quebrar os comportamentos de risco e acompanhar quem mais precisa faz toda a diferença na saúde do seio familiar. Não tenha vergonha de falar do tópico com o seu médico ou com entidades competentes para tal. A luta contra o álcool não se combate sozinha. 

* Artigo assinado por José Presa

Leia Também: Medicamento usado para tratar doença no fígado pode prevenir Covid-19

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