10% das crianças portuguesas fazem chichi na cama após os cinco anos

Especialistas defendem que devem ser acompanhadas por um pediatra e que a sociedade deve estar consciente das consequências de não abordar a enurese no momento certo.

Enurese

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Notícias ao Minuto
31/05/2022 07:00 ‧ 31/05/2022 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Dia Mundial da Enurese

A enurese é mais comum do que se imagina. Só em Portugal, 10% das crianças entre os quatro e os sete anos sofrem com este problema1, ou seja, molham a cama regularmente de forma involuntária, refere a biofarmacêutica Ferring, num comunicado enviado a propósito do Dia Mundial da Enurese, que se assinala esta terça-feira, 31 de maio.

Molhar a cama é erradamente considerado um 'mal menor', visto que, segundo referem os especialistas, está relacionado com situações de ansiedade crónica, problemas de autoestima e impacto na esfera social. A enurese, disfunção que envolve a perda involuntária de urina durante a noite, em crianças com mais de cinco anos de idade, afeta o dia-a-dia dos mais pequenos, uma vez que estes evitam participar em atividades da sua idade, como ir a acampamentos, excursões e dormir na casa da família ou amigos, com o intuito de esconderem este problema. Além disso, causa perturbações no sono, que se traduzem numa diminuição da atenção na escola e, portanto, numa taxa mais elevada de insuficiência escolar.

Sabe-se que esta disfunção continua, apesar de numa percentagem menor, na adolescência continuando também, por vezes, até à idade adulta com consequências mais traumáticas. Muitas famílias consideram que este problema se resolve ao longo do tempo e, embora se estime que em aproximadamente 15% dos casos há uma resolução de forma natural.

Por vezes, são os próprios pediatras que se atrasam no diagnóstico, como se verifica num inquérito realizado junto da comunidade médica de pediatria e publicado na revista Acta Pediátrica Portuguesa, segundo o qual "apenas 6% dos pediatras acreditam ter diagnosticado mais de 75% dos casos, enquanto quase metade (49%) pensa, pelo contrário, que tem diagnosticado menos de 25% dos casos".  

A verdade é que, embora a prevalência diminua com a idade, a frequência e a gravidade dos episódios de enurese aumentam e, se persistirem ao fim de nove anos, dificilmente serão resolvidos sem tratamento, daí a importância do diagnóstico e intervenção precoce.

De acordo com os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5.ª edição, e da International Children's Continence Society (ICCS), a enurese é causada por uma falha no mecanismo que causa o despertar – a criança com enurese não acorda quando a bexiga está cheia – bem como pela alteração do ciclo circadiano da hormona antidiurética (vasopressina) e instabilidade da bexiga, com contrações involuntárias do músculo detrusor, entre outras.

Em 2015, a ICCS, a Sociedade Europeia de Urologia Pediátrica, a Associação Ásia-Pacífico de Urologia Pediátrica, a Associação Internacional de Nefrologia Pediátrica, a Sociedade Europeia de Nefrologia Pediátrica, a Sociedade Ibero-Americana de Urologia Pediátrica, as Sociedades de Urologia Pediátrica da América do Norte,  ERIC (Associação de Caridade do Colo e Bexiga Infantil) e Bexiga & Bowel UK, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o problema, propôs a celebração do Dia Mundial da Enurese, na última terça-feira de cada maio, iniciativa que é apoiada pela Ferring Pharmaceuticals desde a sua criação.

 

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