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Muito além dos tremores. Os cinco primeiros sintomas de Parkinson

A patologia neurodegenerativa começa a manifestar-se antes do que os médicos pensavam - e os sintomas vão muito além dos tremores.

Muito além dos tremores. Os cinco primeiros sintomas de Parkinson
Notícias ao Minuto

13:00 - 19/07/19 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Sintomas de Parkinson

Quando o cirurgião inglês James Parkinson (1755-1824) publicou o artigo ‘Um Ensaio sobre a Paralisia Agitante’, no início do século XIX, certamente que ainda não suspeitava da quantidade de repercussões no organismo da doença batizada com o seu sobrenome. Nas palavras do médico, a condição podia ser resumida a “tremores e movimentos involuntários, diminuição da potência muscular, propensão a dobrar o tronco para a frente e passos em ritmo de marcha”, como reporta a publicação Saúde Abril.

O texto do médico ainda dizia que os primeiros sinais seriam fraqueza leve e instabilidade nos membros. Quase 200 anos depois do relato pioneiro, a medicina tem vindo a descobrir que a enfermidade dá pistas bem antes do que se esperava – e algumas delas são bastante diferentes do que originalmente se pensava.

Investigadores da Universidade City College London, no Reino Unido, reuniram informações sobre oito mil pacientes com Parkinson e 46 mil pessoas sem o problema. Com base nesse enorme banco de dados, fruto de 16 anos de análise, conseguiram identificar uma série de sintomas que aparecem mais cedo, até 10 anos antes do diagnóstico.

“É importante conhecê-los porque hoje sabemos que a deteção precoce está relacionada a uma melhor qualidade de vida”, defende a neurologista Anette Eleonore Schrag, líder do levantamento publicado no prestigiado periódico científico The Lancet.

Rigidez e falta de equilíbrio

Para funcionar eficientemente, o cérebro depende de uma porção de mensageiros químicos. A dopamina é um deles. Entre outras funções, esse neurotransmissor está por trás da nossa capacidade de sentir prazer e participa da coordenação motora. Então imagine se as fábricas de dopamina param de funcionar. Ora, é isso o que acontece no Parkinson: os neurónios produtores da substância morrem. O processo é gradual e o cérebro vai perdendo a capacidade de orquestrar o corpo.

Depressão e nervosismo

Os especialistas dizem que Parkinson e condições psiquiátricas, como a depressão, caminham de mãos dadas. Isso porque os desajustes nos níveis de dopamina desalinham a oferta de outros mensageiros químicos cerebrais, como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.

Tremores

Apesar de ser a marca registada da doença, nem sempre se manifestam. “Cerca de 40% dos pacientes nunca chegam a tremer”, estima o neurologista André Felício, do Hospital Israelita Albert Einstein, no Brasil. Os gestos involuntários são resultado da morte das células nervosas numa área específica da massa cinzenta, a substância negra.

Os tremores tornam-se mais graves e aparentes quando 70% desses neurónios estão desativados. Segundo o estudo inglês, porém, alguns indivíduos começam a ter esse quadro de forma subtil uma década antes do diagnóstico.

Prisão de ventre

A pesquisa da Universidade City College London aponta que a dificuldade em ir ao WC é um dos principais sintomas da doença nos dez anos que costumam preceder sua deteção.

Algumas correntes especulam que o distúrbio tem início no tronco encefálico, uma estrutura que está entre a medula espinhal e o cérebro. A morte dos neurónios produtores de dopamina ali seria o primeiro capítulo da evolução da doença. É precisamente nesse local que brotam os nervos responsáveis por transmitir os comandos para o intestino funcionar corretamente.

Disfunção erétil

Anos antes da doença se propagar, os indivíduos podem experienciar obstáculos para conseguir ou manter a ereção. “Esse sintoma está relacionado a falhas no sistema nervoso autónomo”, ensina o médico Delson José da Silva, da Academia Brasileira de Neurologia. O sistema a que ele se refere é o nosso piloto automático – um conjunto de nervos que controla diversas funções inconscientes do corpo, caso da respiração, dos batimentos cardíacos e da resposta a estímulos externos, como o endurecimento do pénis.

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