Não são tempos fáceis para os mentirosos. O engenheiro civil e professor de inteligência policial Thompson Cardoso, treina pessoas comuns para detetar os indivíduos menos honestas através do ensino técnicas de observação e de questões.
O professor apresenta e destaca três atitudes que deve ter em atenção para detetar um possível mentiroso:
1 - Preste atenção às emoções:
quando as emoções demonstradas na recuperação de memórias mostram-se incompatíveis com aquelas vividas no facto narrado, a pessoa está provavelmente a mentir. Memórias verdadeiras fazem-nos reviver as mesmas emoções. Por exemplo: se alguém está descrevendo a morte de alguém presumivelmente querido, a emoção que deve transmitir é de tristeza.
2 - Ausência de gestos:
Desconfie quando os gestos não acompanham o discurso. Factos, gestos e emoções são todos armazenados juntos nos blocos de memória e interrelacionam-se sempre nas narrativas. Inconsistências entre estes elementos são fortes indicadores de mentira. Tenha especial atenção a alguém que lhe conte uma ‘história’ e que permaneça sempre com as mãos nos bolsos.
3 - Monitorizar a realidade:
Trata-se nada mais nada menos do que senso comum. Confie no seu instinto e avalie se a narrativa é admissível como tendo sido vivenciada de fato pelo narrador, ou é apenas uma fabricação – uma mentira descarada. Esteja atento à presença de processos percetivos, vivenciais, sensoriais, de quem narra uma vivência, ou seja, que se deu de facto a vivência descrita.
Conclusões
O especialista, teve aulas com o FBI e com o Dr. Ray Bull, consultor da New Scotland Yard e uma das maiores autoridades na Europa em entrevistas e interrogatórios, salienta que o senso comum sobrevaloriza a leitura da linguagem corporal na hora de desmascarar mentiras.
“Muito se difunde sobre a importância da linguagem corporal para identificar um logro. Apesar de ser um importantíssimo fator de análise não pode constituir uma análise por si só. O factor mais importante é a análise do discurso, esse sim é o ponto central para a deteção de mentiras. Todas informações extraídas devem ser contextualizadas e isso só o olhar técnico do entrevistador é capaz”, conclui Thompson Cardoso.