Ainda assim, dicas simples podem ajudar a optar por escolhas mais saudáveis quando sente fome.
Uma equipa de investigadores da prestigiada Universidade Yale, nos Estados Unidos, garante que o modo como encaramos os alimentos pode ajudar-nos a seguir dietas de restrição calórica e nutricionalmente equilibradas e a perder peso.
Sim, é possível comer para emagrecer.
Os especialistas testaram quatro técnicas que prometem ajudá-lo a melhorar a sua alimentação:
1 - Antes de uma refeição, pense negativamente sobre comida não saudável
Na experiência levada a cabo por Yale, os investigadores solicitaram aos indivíduos envolvidos que olhassem para algum tipo de comida por apenas seis segundos, concentrando-se apenas nos seus aspetos negativos.
Tal não incluía apenas o quão prejudicial à saúde era o alimento mas também características que as pessoas consideram pouco apelativas, como o gosto e a textura.
De seguida, os voluntários tiveram de classificar o seu desejo por aqueles alimentos. Segundo os investigadores, o desejo dos participantes foi 20% menor, comparativamente com o de pessoas que observaram os alimentos, mas não foram submetidas àquele treino mental.
Segundo a pesquisa, reduzir o desejo por alimentos não saudáveis pode ser importante para redução do consumo e, posteriormente, a diminuição do peso.
2 - Antes da refeição, pense positivamente sobre alimentos saudáveis
Depois, os cientistas fizeram o oposto da experiência prévia: pediram às pessoas que despendessem a mesma quantidade de tempo a pensar positivamente sobre os alimentos saudáveis.
O teste também teve um impacto significativo: o desejo pelos alimentos saudáveis aumentou em 14%.
Ou seja, concentrar-se nas qualidades positivas de verduras, legumes e outros alimentos benéficos para a saúde pode fazer toda a diferença na hora de escolher o que comer.
3 - Treine o cérebro para evitar alimentos não saudáveis
Os cientistas da Universidade Yale também analisaram o que as pessoas podem fazer para escolher alimentos mais saudáveis.
Os participantes da pesquisa tiveram de ler um texto sobre os impactos negativos da fast-food e, depois, ouviram um discurso de 15 minutos sobre os malefícios de ingerir esse tipo de comida.
Mais tarde, quando foram instados a escolher entre alimentos saudáveis e não saudáveis, apresentaram 7,6% mais chances de escolher a opção menos prejudicial para o organismo.
4 - Treine o cérebro para escolher comida saudável
De seguida, os investigadores realizaram novamente o oposto do teste anterior. Deram textos e palestras sobre os benefícios de alimentos saudáveis, além de pedir aos participantes que refletissem sobre esse tipo de alimentação.
O efeito também foi positivo: a probabilidade de escolha de alimentos saudáveis cresceu para 5,4% entre os participantes da pesquisa.
Pequenas mudanças fazem a diferença
Pode parecer pouco, mas as pessoas que passaram pela experiência da Universidade Yale fizeram refeições com 107 calorias a menos, em média. Ou seja, uma pessoa teria de correr cerca de 10 minutos para queimar essa energia acumulada.
Hedy Kober, professor de psiquiatria e responsável pelo estudo, afirma que essas pequenas reflexões podem ser bastante úteis a longo prazo. "O efeito pode ser tão grande quanto os atuais tratamentos de obesidade, mas com treinamento e esforço muito menores", diz.
"Mesmo que faça uma única boa escolha por dia, isso, a longo prazo, pode traduzir-se na perda de muitos quilos", acrescentou Kober.
Estudos já mostraram que 70% das pessoas que fazem dietas regularmente recuperam todo o peso perdido depois de três a cinco anos.
Qualquer técnica nova pode, portanto, ajudar na redução moderada de calorias ingeridas.