Anteriormente, pensava-se que beber moderadamente era algo inofensivo e poderia inclusive ser bom para a saúde, mas pesquisas recentes contrariam esse mito.
Um estudo publicado no periódico The Lancet, e divulgado pela BBC News, refere que não há um nível seguro para o consumo de álcool e que, quanto mais bebemos, maiores são os riscos para a saúde.
Por isso mesmo, o programa da BBC ‘Trust Me I'm a Doctor’ (‘Confie Em Mim, Sou Médico’) recorreu a cientistas da University College London e do Royal Free Hospital, no Reino Unido, para analisar os efeitos positivos de se manter abstémio durante um mês.
Os investigadores observaram o comportamento de 26 voluntários, divididos em dois grupos: um continuou a beber normalmente enquanto que o outro não consumiu de todo álcool.
O estudo concluiu que aqueles que se mantiveram abstémios mostraram melhorias no seu estado de saúde, como a redução de gordura no fígado e perda de peso, além de um sono melhor e maior concentração.
Há benefícios em longo prazo?
Os investigadores também analisaram como os participantes se comportariam ao voltar a beber, então, estes passaram novamente por exames três semanas após reintroduzirem o álcool.
Registou-se uma clara diferença entre aqueles que beberam moderadamente, dentro dos limites recomendados, e aqueles que bebiam mais do que isso regularmente.
Os moderados voltaram aos níveis de consumo anteriores, mas três semanas após o fim do mês em que ficaram abstémios, aqueles que bebiam excessivamente ainda consumiam 70% menos do que antes.
Ainda que a amostra do estudo tenha sido reduzida, os resultados indicam que, a curto prazo, reduzir a bebida consumida trouxe melhorias a alguns indicadores de saúde.
Para quem bebe moderadamente, o risco de desenvolver uma doença relacionada com o álcool já é baixo e descartar a bebida por um mês só gerará uma pequena redução dessas chances.
Mas o fato do consumo de álcool se ter mantido abaixo do que era normal entre os consumidores mais intensos sugere que parar de beber ajuda a reavaliar a relação com o álcool. E a beber menos no futuro.