Apesar de se tratar da infeção sexualmente transmissível mais comum, o estudo divulgado pela BBC News revela que ainda existe um grande estigma em torno da doença - que pode ter consequências mais sérias do que o próprio papilomavírus humano (HPV).
Uma das conclusões mais preocupantes é que muitas mulheres não realizam o papanicolau, exame ginecológico capaz de diagnosticar a doença.
Entre as duas mil mulheres que participaram na pesquisa, metade disse que se sentia envergonhada e perdeu o interesse pelo sexo por ter contraído o vírus.
Além disso, 35% das entrevistadas admitiram que não sabiam de facto o que era HPV, enquanto cerca de 60% afirmaram acreditar que era equivalente ao cancro.
Estes são os principais mitos sobre o HPV
Mito 1: 'HPV é transmitido apenas sexualmente'
A verdade: a transmissão do HPV acontece geralmente por meio de relações sexuais sem proteção, mas também pode ocorrer pelo contato com a pele ou mucosas infetadas.
Mito 2: 'HPV é um sinal de promiscuidade'
A verdade: estima-se que 80% dos seres humanos venha a contrair o vírus em algum momento da vida. É muito fácil ser contaminado e passar adiante - e pode aliás ser contagiado logo na primeira vez que tiver qualquer tipo de relação sexual.
Mito 3: 'HPV significa que tenho cancro'
A verdade: existem pelo menos 200 tipos de HPV. Cerca de 40 deles afetam a área genital, o que significa apenas que esses residem nessa área. Alguns provocam sensações incómodas, mas inofensivas, como verrugas genitais. Cerca de 13 tipos são considerados de alto risco e podem causar cancro do colo do útero, além de outros cancros genitais, assim como cancro da boca e garganta - mas é mais raro.
Mito 4: 'Se tiver HPV, vai saber'
Fato: o HPV não apresenta sintomas e, na maioria dos casos, o sistema imunológico expulsa o corpo da infeção. O exame de papanicolau identifica quaisquer células anormais.
Incidência
O HPV é responsável por 99% dos casos cancro do colo do útero.
Desde 2008, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a vacina contra o HPV, que se registou um rápido declínio no contágio e na incidência da doença em algumas partes do mundo.
Segundo a OMS, a vacina reduz em 70% o risco de desenvolver cancro do colo do útero se for aplicada em jovens entre 12 e 26 anos, antes do primeiro relacionamento sexual.
Se suspeitar que tem HPV consulte imediatamente um médico.