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"Pai é alguém que divide tarefas igualmente. Só não posso dar de mamar"

João Paulo Sousa esteve à conversa com o Fama ao Minuto sobre a paternidade, o primeiro livro lançado em maio - 'Isso é Psicológico' - e a energia que se mantém sempre de pé.

"Pai é alguém que divide tarefas igualmente. Só não posso dar de mamar"

João Paulo Sousa esteve presente no lançamento da iniciativa que une os Da Weasel ao Burger King. 'Adivinha Quem Voltou' é o nome desta campanha que junta o regresso da banda e do Menu Rodeo XXL da cadeia de fast food.

Durante o evento que decorreu na passada quarta-feira, dia 21 de junho, o apresentador esteve à conversa com o Fama ao Minuto e começou precisamente por falar na admiração que tem pela banda e as recordações que o grupo lhe traz. 

"A cena fixe deles é que quando ouvia isto era aquela idade super problemática de coisas na cabeça, daquelas questões de adolescentes. E saber que havia mais pessoas a levantar as mesmas questões, com essas dúvidas e a partilhá-las, fazia-nos sentir normais dentro da anormalidade que pode ser a adolescência", lembrou, confessando ser um grande fã dos Da Weasel

João Paulo Sousa não faltou ao regresso da banda que atuou no ano passado no NOS Alive. "Foi giro ver esta versão adulta deles. Entrevistei-os antes do espetáculo e eles super nervosos, cheios de talento, e tocaram só para nós", recordou com carinho. 

Mas a conversa não ficou por aqui e rapidamente se passou para a fase única que João Paulo Sousa está a viver: a paternidade. O apresentador é pai do pequeno Leonardo, que nasceu em fevereiro e é fruto do casamento com Adriana Gomes. 

Agora ir a festivais é um bocadinho mais difícil…?

Porquê? Não! Há dez anos que vou… Ah, com o Leonardo não sei.

É mesmo por agora estar a viver a paternidade. A energia já não é tanta...?

Isso tem de ser. Tenho é de descansar mais. Mas a energia tem de se manter alta, até porque para a quantidade de trabalho que tenho, não dá para descurar isso. Não é só ir agora trabalhar a festivais como tenho o meu próprio espetáculo, que é super desgastante fazer.

Isto é uma vida a três, não é todos a viverem para ele. Ele tem de viver connosco e fazer também as nossas coisas, e nós as dele. Temos que nos adaptar. Ele não é de cristal. É no nosso coração

E é fácil conseguir conciliar tudo?

Fácil nunca é. Mas há duas coisas em que sou bom:  gestor de tempo e energia. É isso que tento fazer o melhor que consigo. Não falhar profissionalmente e ter a máxima energia e disponibilidade, mas também ter tempo, disponibilidade e energia para estar em casa com vontade de estar com o meu filho e poder brincar com ele. Essa é a dificuldade agora, e é a coisa nova. Mas isso tem a ver com as fases de descanso, com treino e a habituação, e com o planeamento que faço. Se vires a minha agenda, está cheia de coisas que não incluem só trabalho. Também tem tipo 'ir não sei a onde com a minha mulher'. Isto é parte do meu dia.

Quando está com o seu filho e a sua mulher consegue esquecer-se do trabalho?

É difícil porque tens um telefone e ele toca, tens redes sociais… Não é fácil mas esse é que é o trabalho que tento fazer, e que já tentava antes, mas agora é mesmo sério. Porque não posso perder esta oportunidade de ver o meu filho crescer. Essa importância e prioridade em que ele se tornou nas nossas vidas ajuda a conseguir fazer isso.

Ainda ontem [dia 20 de junho] fui jantar com a minha mulher pela primeira vez só os dois. Desligar telefone e aqui estamos nós. Tens de viver também. O trabalho é importante e está muito presente na minha vida, adoro os vários trabalhos que faço, mas se estiver feliz faço melhor o meu trabalho.

A Adriana foi para os cuidados intensivos, passei uma noite com ele sozinho sem saber como é que ela estava. Foi horrível essa noite

E como é enquanto pai? É aquele pai que está sempre preocupado que o filho caia, por exemplo, ou é mais tranquilo?

Sou um pai babado. Mando-o ao ar, estou sempre a dar-lhe beijos, vou de manhã para a praia com ele… Depois ele começa a chorar porque quer dormir e eu adormeço-o… Quero fazer tudo, quero que ele faça parte. Isto é uma vida a três, não é todos a viverem para ele. Ele tem de viver connosco e fazer também as nossas coisas, e nós as dele. Temos de nos adaptar. Quero que isto seja uma coisa muito dinâmica. Ele não é de cristal. Claro que é no nosso coração, mas ele tem de fazer cenas – ando com ele ao colo só com uma mão e troco as fraldas em cima de uma mesa quando tem de ser… Ele vai gostar mais – acho eu – de ter uma vida a três, cheia de coisas, conhecer sítios, fazer coisas. Vai ser mais interessante para ele do que estar em casa fechado numa bola de cristal que não existe.

Vai tentar passar para ele essa energia que tem para conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo…?

Claro. Quando puder levá-lo para sítios, vou levá-lo. Quero que ele perceba o que é a nossa vida. Não tem de segui-la, não tem de fazer o mesmo – espero que não faça (estou a brincar). Quero que ele faça o que quiser, ele é tão novo, ainda nem pensei nisso. Quero que ele perceba, que sinta o que é a nossa vida e faça parte dela.

Foi muito difícil, sim. Continuei, e continuo já há muito anos, a ser acompanhado por uma psicóloga. Não é por acaso que tenho um livro sobre saúde mental

Nos primeiros dias da paternidade, sentiu aquele medo de 'não saber como se faz' ou estava já muito à vontade?

Em algumas coisas, sim. Logo no primeiro dia que fiquei com ele na maternidade ainda, a Adriana foi para os cuidados intensivos, passei uma noite com ele sozinho sem saber como é que ela estava. Foi horrível essa noite. Pensei 'o que é que eu faço sozinho'. Mas, por outro lado, isso ligou-me tanto a ele. Foi uma coisa de proximidade tão grande, é como se já o conhecesse há anos. Tenho esta destreza de fazer as coisas, até porque tive de fazer durante muito tempo, a Adriana teve um parto e um pós-parto muito difíceis.

No primeiro mês e tal ela não trocou fraldas, só eu é que fazia, ela não conseguia subir escadas com ele… Estava muito dependente de mim e isso ajudou-me a desbloquear muitas coisas e a ser um pai diferente, de certeza absoluta. Já queria ser um pai presente, mas obrigou-me mesmo a sê-lo diariamente e nos momentos em que há sono e é difícil. Que é o que um pai deve fazer. Na minha opinião, um pai é isso, é alguém que divide tarefas igualmente. Só não posso dar de mamar.

Claro que há muitas dificuldades e coisas que nunca tinha feito na vida, mas assim que és exposto a elas, tens de resolvê-las. Não há ali ninguém para o fazer. Mas claro que pensei muitas vezes, 'porquê? como é que se faz?'

A mãe sofre com a mudança de vida e do corpo, mas o pai também acaba por sofrer muitas alterações na sua vida. Em termos psicológicos foi difícil?

Foi muito difícil, sim. Continuei, e continuo já há muito anos, a ser acompanhado por uma psicóloga. Não é por acaso que tenho um livro sobre saúde mental, porque acho que é um tema muito importante. O que senti do meu lado foi o peso de eu ter que estar bem para o meu filho e para a minha mulher, e compensar tudo isso. É um peso difícil de suportar. Acho que o papel do pai é mesmo muito importante, porque é este de apoio à mãe e ao bebé. E sem te esqueceres de ti próprio. 

Tenho isto de medir o meu sucesso por números. Adoro dizer que faço espetáculos para 20 ou 50 mil pessoas. Mas, às vezes, se mudares o dia de uma pessoa, isso pode ter um impacto muito maior

'Isso é Psicológico' é o nome do primeiro livro que acaba de lançar - dedicado aos mais jovens - e que, como referiu, promove a saúde mental. Como é que este projeto está a ser recebido? Tem convites para ir a escolas?

Já fiz [várias apresentações]. No verão as escolas estão de férias, vamos fazer alguns campos de férias. Mas depois do verão vamos retomar isto a sério nas escolas e municípios. Mas é feito para os adolescentes porque é uma altura conturbada, muito difícil, e acho que são os que estão mais recetivos a receberem coisas novas. Não sou um especialista de saúde mental, sou alguém curioso que faz terapia há muitos anos e gosta muito desta área.

Falei com centenas de psicólogos e psiquiatras e eles estão no livro também, a ordem dos psicólogos reviu o livro, toda a Betweien – a produtora com quem lancei – já é muito experiente a fazer este tipo de coisas. É um livro muito dinâmico, simples no sentido de ser muito interativo. Acho que é isso que posso acrescentar, que é a linguagem. Posso ir falar de um tema sério e pesado como é a saúde mental, impactante de forma gigante na nossa vida, de uma forma mais descontraída, que acho que é a forma certa para falar para adolescentes. E isso dá-me um gozo do caraças. 

Não é um espetáculo, é uma missão cumprida. Tenho recebido feedback de que aquilo que lhe tocou, que nunca tinha pensado nisto nesta maneira ou que fez toda a diferença… [Testemunhos de jovens] que já assistiram ao espetáculo ou leram o livro. Basta mudares a vida de uma pessoa que podes mudar a vida de muitas mais. 

Tenho isto de medir o meu sucesso por números. Adoro dizer que faço espetáculos para 20 ou 50 mil pessoas. Mas, às vezes, se mudares o dia de uma pessoa, isso pode ter um impacto muito maior do que imaginas. Vais a um café de manhã e consegues meter bem a pessoa que está lá a trabalhar. Vão passar pelo café, se calhar, milhares de pessoas e se essa pessoa conseguir impactar na vida desses milhares de pessoas, que vão depois impactar nos seus trabalhos e em casa… Tu impactando numa pessoa consegues ter impacto de milhões. 

Agora enquanto pai, esse papel que está a ter com o livro é mais importante…

Claro. Agora quero também ter essas mensagens para o meu filho e espero consegui-las passar. Ainda está muito distante disso, mas preocupa-me ter o máximo de informação para lhe passar para, pelo menos, que ele saiba o que fazer numa situação dessas. Não consigo evitar as situações, não vai dar para evitar haver pessoas más à volta dele, o mundo está cheio delas, mas se ele tiver informação suficiente para saber o que fazer com isso, é possível que consiga fazer. 

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