Entrada de Cabo Verde no capital da Binter deverá acontecer até junho
O ministro da Economia e Emprego cabo-verdiano, José Gonçalves, disse hoje que o prazo para a concretização da entrada do Estado no capital social da empresa de aviação Binter CV termina em junho, adiantando que o processo está a decorrer.
© Lusa
Economia Ministro
"O acordo com a Binter, através dos memorandos já assinados, prevê até final de junho de 2018 para completar o processo. Há uma parte, que é a compensação ao Estado de Cabo Verde pela cedência do mercado (30%), que se pode configurar até ao final do ano e temos até final de junho de 2018 para a aquisição dos restantes 19%", disse.
O ministro cabo-verdiano falava hoje aos jornalistas, na cidade da Praia, no âmbito de um evento para assinalar o primeiro ano de operações da Binter nos voos domésticos em Cabo Verde.
A companhia Binter Cabo Verde, subsidiária da Binter Canárias, realiza deste 12 de novembro do ano passado voos entre as ilhas cabo-verdianas e desde agosto assegura a exclusividade das ligações aéreas no arquipélago, após a companhia aérea pública TACV ter deixado de operar no mercado interno.
A Binter Cabo Verde iniciou a exclusividade dos voos ao abrigo de uma parceria que prevê a entrada do Estado cabo-verdiano na companhia com a aquisição de 49% do capital social.
O anúncio da entrada do Estado no capital da empresa foi feito em maio, altura em que o primeiro-ministro confirmou que o investimento financeiro do Estado equivalente aos 19% do capital rondará 1,1 milhões de euros.
O acordo prevê também a cedência comercial das rotas, avaliada em 30%, mas seis meses após o anúncio, o negócio ainda não foi concretizado.
Quanto aos valores envolvidos, José Gonçalves adiantou que depende da valorização da companhia na altura da venda.
A Binter Cabo Verde é uma sociedade anónima unipessoal de direito cabo-verdiano que tem como acionista único a empresa Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada.
A Binter Cabo Verde aumentou, em dezembro de 2016, o capital social para 6,025 milhões de euros, correspondentes a 664,410 ações ao preço nominal de 1.000 escudos cabo-verdianos (cerca de nove euros) por ação.
Desde que há um ano começou a operar os voos domésticos em Cabo Verde, a companhia transportou 240 mil passageiros, disse aos jornalistas o diretor-geral da Binter CV, Raul Zapico.
O responsável assinalou que, num ano, a empresa aumentou a operação de um para três aviões, fazendo entre 26 a 35 voos diários entre todas as ilhas de Cabo Verde.
Praia - São Vicente - Sal, Praia - Boavista - Sal e Praia - Fogo são as rotas mais concorridas segundo o responsável da empresa, que tem ainda em processo de adaptação e autorização de um avião para fazer voos regionais para o continente africano, também previstos no acordo com o Governo.
Raul Zapico adiantou ainda que a empresa tem estado a cobrar em média tarifas 30% abaixo das máximas estipuladas pelas legislação cabo-verdiana, recusando a ideia de que a operação em monopólio esteja a causar um aumento das tarifas.
No âmbito do primeiro ano de operações domésticas em Cabo Verde, a Binter assinou com o Ministério da Educação um protocolo que prevê o apoio da companhia aérea à reabilitação de escolas e equipamentos educativos em Cabo Verde, bem como à disponibilização de materiais informáticos e didáticos a alunos e professores.
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