Passos diz que Maria Luís Albuquerque não negociou 'swaps'
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assegurou hoje que a secretária de Estado do Tesouro não negociou contratos "tóxicos" ou "especulativos" quando estava na REFER, após o BE ter questionado a permanência de Maria Luís Albuquerque no Governo.
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Economia Refer
"O IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) fez essa avaliação de risco, ela é pública (...) nos termos dessa informação é sabido que aquilo que era considerado tóxico e altamente especulativo não está entre os produtos negociados pela então diretora financeira da REFER", afirmou o chefe do Governo.
Durante o debate quinzenal, no Parlamento, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, afirmou que, segundo uma auditoria enviada à comissão de inquérito aos contratos ‘swap', a "REFER fez contratos especulativos tóxicos, classificados com 3 e 4 [lesivos para o Estado] e portanto inaceitáveis".
Neste contexto, Catarina Martins interrogou "como é que Maria Luís Albuquerque continua a ser secretária de Estado do Tesouro e Finanças", após vários secretários de Estado terem abandonado o executivo e a demissão de gestores de empresas públicas.
Passos Coelho referiu o relatório do IGCP para contrariar a afirmação da líder do BE e adiantou que a secretária de Estado do Tesouro e Finanças "desde a primeira hora" colocou "o seu lugar a disposição se, embora sabendo disto, houvesse o prejuízo de a demagogia fácil pretender denegrir a posição do Governo".
"Mas eu não ando apenas atrás de matérias demagógicas e não consideraria qualquer possibilidade de substituir a senhora secretária de Estado a menos que tivesse fundadas dúvidas de que poderia algum prejuízo para o Estado resultar da sua permanência no Governo, e não é o caso", sustentou.
O primeiro-ministro assinalou que estes contratos "foram negociados em anos anteriores" e "tiveram já processos de renegociação com todas as instituições financeiras, menos uma", garantindo que "nunca durante a vigência este Governo contratos desta natureza foram praticados ou assinados por nenhuma empresa pública".
"E assim continuará a ser até final do meu mandato", frisou Passos Coelho.
Na contraresposta, Catarina Martins disse estar a referir-se a "uma auditoria que chegou à comissão de inquérito do Parlamento" e não a um relatório do IGCP e reafirmou que "a REFER fez contratos tóxicos na altura" em que Maria Luís Albuquerque "estava na sua administração".
A coordenadora bloquista condenou ainda que a norte-americana JP Morgan, "a entidade financeira responsável pelas maiores despesas no Estado" devido a contratos ‘swap', tenha sido escolhida pelo Governo para assessorar a privatização dos CTT.
"Sobre a indecência deste Governo está tudo dito", atirou.
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