O TEC4Sea, criado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e pelo Centro de Investigação Tecnológica do Algarve (CINTAL), pretende ainda "formar recursos humanos altamente qualificados", disse à Lusa um dos responsáveis pelo projeto, Augustin Olivier.
De acordo com o investigador do INESC TEC, esta plataforma laboratorial, "pioneira" a nível europeu, destaca-se pela importância científica, permitindo aumentar a capacidade de trabalho nesta área, adquirir novos meios e atingir domínios "até agora muito longínquos".
Esta infraestrutura é também uma "mais-valia" para as empresas, na medida em que lhes dá "suporte logístico, técnico e humano ao longo do processo de desenvolvimento, teste e validação e agiliza a transferência de tecnologia para o mercado", acrescentou.
Para Augustin Olivier, tanto a indústria tradicional (pesca, aquacultura, transportes, construção, reparação naval e portos) como a emergente (mineração do fundo marinho, produtos e serviços de alta tecnologia, energia renovável e aquacultura 'offshore', biotecnologia e segurança marítima) vão beneficiar desta plataforma.
No primeiro caso, os objetivos passam por "aumentar a competitividade das empresas que atuam nestes setores", enquanto no segundo visam "facilitar a capacitação tecnológica das empresas", indicou.
O TEC4SEA, que tem laboratórios no Porto e em Faro, vai dispor ainda de um conjunto de laboratórios móveis, com o intuito de fazer ensaios noutras zonas do país, explicou o responsável.
"A extensão da plataforma continental portuguesa vai fazer com que a área do país cresça até aos cerca de quatro milhões de quilómetros quadrados", o que representa um aumento "de 40 vezes, quando se usa, por referência, a atual área de Portugal", lê-se num comunicado do INESC TEC divulgado hoje.
Segundo a nota informativa, Portugal tem a terceira maior zona económica europeia e uma posição geoestratégica que faz com que haja o cruzamento de autoestradas marítimas.
"Temos um mar nacional tão vasto e tão profundo, só nos falta começar a explorá-lo verdadeiramente. A verdade é que 30% dos fundos marinhos europeus estão ainda por explorar", concluiu Augustin Olivier.
Um protocolo para a criação do conselho consultivo do TEC4Sea vai ser assinado na segunda-feira, na Alfândega do Porto, na sessão de abertura do evento Business2Sea.