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Trabalhadores da mina Neves-Corvo contra horário de quase 11 horas/dia

Trabalhadores da concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho alentejano de Castro Verde, contestaram hoje a pretensão da empresa de implementar um horário laboral concentrado que obrigará os mineiros a trabalhar quase 11 horas por dia.

Trabalhadores da mina Neves-Corvo contra horário de quase 11 horas/dia
Notícias ao Minuto

19:50 - 17/05/17 por Lusa

Economia Castro Verde

A contestação foi demostrada num plenário de trabalhadores que decorreu hoje nas instalações da Somincor, no concelho de Castro Verde, no distrito de Beja, para discutir a pretensão da administração da empresa e que contou com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.

A administração da Somincor quer implementar um horário de trabalho concentrado para os mineiros de 10 horas e 42 minutos por dia durante quatro dias por semana, explicou à agência Lusa Jacinto Anacleto, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM).

"Os trabalhadores não concordam, porque acham que é um horário extremamente desgastante para o trabalho no fundo de uma mina, que já de si é altamente desgastante e penoso", disse o sindicalista, após o plenário.

Atualmente, a mina de Neves-Corvo não funciona em laboração contínua e há três turnos diários, com cada mineiro a trabalhar 7 horas e 30 minutos por dia durante cinco dias por semana, num total de 37 horas e 30 minutos por semana.

A administração quer laboração contínua, ou seja, 24 horas por dia durante sete dias por semana, e pretende eliminar um dos três turnos diários para passar a haver só dois e de 10 horas e 42 minutos cada um.

Desta forma, cada mineiro passará a trabalhar 10 horas e 42 minutos por dia durante quatro dias por semana, num total de 43 horas e 20 minutos semanais.

"Passar do atual horário de trabalho de 7 horas e 30 minutos para 10 horas e 42 minutos implica um acréscimo de 3 horas e 12 minutos por dia, o que é muito no fundo de uma mina", alertou Jacinto Anacleto.

E os mineiros passariam a trabalhar mais de 40 horas por semana, ou seja, concretamente 43 horas e 20 minutos, frisou, sublinhando que "todos os horários laborais que ultrapassem as 37 horas e 30 minutos por semana no fundo de uma mina concorrem para o aumento dos acidentes de trabalho".

No plenário de hoje, os trabalhadores aprovaram uma proposta que vão apresentar à administração da Somincor também de laboração contínua, mas com três turnos diários de 7 horas e 30 minutos cada um.

Segundo Jacinto Anacleto, representantes dos trabalhadores vão reunir-se com a administração da Somincor na segunda-feira, às 10:00, para apresentarem a proposta.

Em declarações à Lusa, Arménio Carlos disse que o horário de trabalho que a administração da Somincor quer implementar é "ainda mais penoso do que o atual" e "muito difícil de suportar".

Os mineiros da Somincor já têm um horário de trabalho "particularmente penosos, que, além de por em causa a sua vida pessoal e familiar, poderá acarretar situações preocupantes do ponto de vista das condições de saúde", alertou Arménio Carlos.

"Estamos a falar de trabalhadores que laboram diariamente no fundo da mina e, portanto, têm que ter horários que não sejam penosos e condições de trabalho suscetíveis de salvaguardar as suas condições de saúde", defendeu o secretário-geral da CGTP-IN.

Arménio Carlos considerou que a proposta de horário alternativa aprovada hoje pelos trabalhadores "é suscetível de assegurar a manutenção da produção na mina e, simultaneamente, é mais compatível com uma menor penosidade e a vida pessoal e familiar" dos mineiros.

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