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Offshores: Núncio diz-se e contradiz-se. Nuvem de suspeição mais densa

As declarações de Paulo Núncio no Parlamento esclareceram muito pouco e adensaram o mistério em torno dos misteriosos 10 mil milhões que muitos viram, mas ninguém revelou.

Offshores: Núncio diz-se e contradiz-se. Nuvem de suspeição mais densa
Notícias ao Minuto

14:45 - 01/03/17 por Bruno Mourão

Economia Polémica

A manhã foi acesa na Comissão Parlamentar dedicada à polémica das transferências para paraísos fiscais, graças às explicações de Paulo Núncio e às perguntas dos deputados presentes sobre o caso revelado pelo jornal Público. 

Ao ataque, Paulo Núncio começou por explicar que nem todas as transferências correspondem a valores perdidos em impostos para o Estado e considerou "perfeitamente legítima a decisão da Autoridade Tributária de não ter divulgado os dados". 

Apesar de ter garantido "total desconhecimento sobre esta situação", Núncio admite que "houve de facto um mal entendido que foi rapidamente sanado e que ficou resolvido" e criou uma nova cortina de suspeição devido às respostas dadas a Mariana Mortágua: "Não foi dada resposta porque eu não dei autorização ou ok para que fossem publicadas". 

A deputada do BE perguntou se o polémico "visto" quer dizer "publique-se" e Paulo Núncio respondeu que "não", afirmando que o visto era uma "não autorização" para a publicação das estatísticas. 

"A não divulgação de estatísticas no portal das Finanças deveu-se ao facto de eu ter dúvidas na altura sobre se as devia ou não devia publicar." 

"Era uma informação em bruto que não distinguia o tipo de operações. A publicação em bruto podia levar a interpretações incorretas relativamente ao verdadeiro significado daquelas operações", esclarece o antigo membro do governo liderado por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. 

Sobre a relação direta com os dois ministros das Finanças com que trabalhou, Paulo Núncio começou por admitir ter tido "conversas sobre as questões em geral do combate à evasão fiscal", mas o assunto específico das transferências não-divulgadas nunca terá estado em cima da mesa. 

"Nunca discuti a questão da não publicação de estatísticas com o ministro Vítor Gaspar e a ministra Maria Luís Albuquerque", vincou Paulo Núncio, que respondia a perguntas da deputada do CDS-PP Cecília Meireles na Comissão parlamentar do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. 

Em resposta às acusações do Partido Socialista e do Partido Comunista Português, Paulo Núncio falou de "demagogia" e populismo e pediu aos partidos de Esquerda para se decidirem: "Uma de duas: ou queremos um país tipo Venezuela onde há um controlo de capitais extremo ou temos um sistema tipo Europa ocidental onde as transferências feitas pelas empresas são objeto de controlo à 'posteriori'". 

Ainda durante a audição do antigo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o PS anunciou que devido à gravidade do assunto vai pedir para "ouvir mais pessoas" na Comissão Parlamentar. 

Fernando Rocha Andrade deveria ser ouvido já esta tarde mas o atraso na audição de Paulo Núncio já levou a um adiamento até às 18h00, que poderá transformar-se num adiamento até à manhã de quinta-feira.

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