"Sei isso tudo, mas não posso dizer mais nada", afirmou Ulrich aos jornalistas, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2016, ano em que o banco aumentou os lucros para 313,2 milhões de euros.
O banqueiro não quis, assim, adiantar aos jornalistas se deverá fazer ou não mais um mandato à frente da comissão executiva do banco caso seja concluída com sucesso a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo maior acionista do BPI, o Caixabank, que tem atualmente 45,50% do capital social.
Caso o espanhol Caixabank decida manter Ulrich, tal implica uma alteração dos estatutos do banco, uma vez que proíbem que uma pessoa com mais de 62 anos seja nomeada para presidir à comissão executiva.
No início do ano passado, a administração do BPI propôs a mudança dessa regra, mas os acionistas não aprovaram.
Agora, esse processo de mudança nas regras deverá estar facilitado.
Ulrich disse hoje que há que esperar pela assembleia-geral anual do banco, a 26 de fevereiro, que será também eletiva, ou seja, serão escolhidos novos órgãos sociais.
No prospeto de Oferta Pública Geral e Obrigatória de Aquisição do BPI pelo CaixaBank, divulgado a 15 de janeiro, o banco espanhol afirmou que é sua "intenção (...) continuar a apoiar a equipa de gestão" do BPI.
Ainda assim, haverá decisões a tomar na recomposição do Conselho de Administração do BPI, acrescentou, o que deverá passar pela entrada de mais representantes do acionista no órgão social.
O Conselho de Administração do BPI é liderado por Artur Santos Silva, fundador do banco, e a Comissão Executiva do banco é presidida por Fernando Ulrich.
A OPA lançada pelo Caixabank arrancou 17 de janeiro e decorre até 07 de fevereiro, oferecendo o banco espanhol 1,134 euros por cada ação do BPI.