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Presidente da CGD: Salário chorudo escrutinado por todos. Será justo?

António Domingues vai receber 423 mil euros por ano enquanto principal responsável do banco público.

Presidente da CGD: Salário chorudo escrutinado por todos. Será justo?
Notícias ao Minuto

09:15 - 25/10/16 por Carolina Rico

Economia António Domingues

São 1.011 euros por dia, mais de 30 mil euros por mês contando com subsídio de férias e Natal, 423 mil euros por ano. É este o salário que António Domingues vai ganhar enquanto o novo presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos.

O principal responsável do banco público passa assim a receber um salário alinhado com os dos bancos privados, dizem uns, uma excentricidade, dizem outros.

O certo é que a verba traduz um aumento de 70% face aos 16,5 mil euros atribuídos ao anterior presidente José Matos.

Para Marques Mendes, é uma passagem "do oito para o oitenta", disse no domingo, no seu espaço de comentário na SIC, defendendo “um meio termo”.

Há quem diga “‘o país está em crise, o salário mínimo é muito baixo, os trabalhadores portugueses ganham muito mal e portanto os gestores também têm de ser 'baratinhos' […] Depois há a outra posição de quem diz 'não, temos de ter os mais competentes, e para ter os mais competentes, temos de lhe pagar mundos e fundos porque a competência tem um preço'" exemplificou.

Sendo estes os pontos de vista mais radicais, é em linha com estes argumentos que se manifestam os representantes dos vários partidos.

António Costa defende que os vencimentos dos administradores da CGD devem estar alinhados com os praticados na banca privada, alegando que a instituição concorre no mercado e exige gestão profissional.

"Se queremos uma CGD profissionalmente gerida, com capacidade técnica e independência, para que não sofra pressões do acionista, temos de oferecer aos gestores da CGD as mesmas condições que têm os gestores dos outros bancos", justificou.

Marcelo Rebelo de Sousa não concorda como o primeiro-ministro. O Presidente da República considera que "não é possível nem desejável" pagar aos administradores de um banco com fundos públicos o mesmo valor que aos administradores de um banco privado.

Passos Coelho é um dos principais opositores da nova administração da Caixa, acusando António Domingues de "faltar à verdade" sobre o acesso a "informações privilegiadas da CGD para elaborar o plano estratégico".

"Atira areia para a cara das pessoas. Se é para atirar areia para a cara das pessoas, não vale a pena pagar o dobro do que se pagava aos antigos administradores", disse o líder do PSD.

"O treinador do Sporting ganha 20 vezes mais e não é motivo de escândalo", notou Miguel Sousa Tavares. Uma ressalva: neste caso o dinheiro é público, e "o Governo devia ter garantido que caso não haja resultados, baixava o salário", sugeriu.

Bloco de Esquerda, PCP e PEV também se mostraram contra o salários na CGD, sendo que a proposta do PCP para limitar os salários a 90% do da Presidência da República foi chumbada em sede de comissão parlamentar com os votos contra de PS e PSD.

A posição do CDS, descrita por Adolfo Mesquita Nunes propõe um "salário que, correspondendo a expectativas de mercado, pudesse ser limitado pela circunstância orçamental".

Entretanto, o novo gestor do banco público tem uma audiência marcada para esta quarta-feira na Assembleia da República, a pedido de Ferro Rodrigues, mas o assunto em debate não é revelado.

O conselho de administração da Caixa conta ainda com um vice-presidente não executivo (Emídio Rui Vilar), com seis administradores executivos (Emídio Pinheiro, Henrique Menezes, João Paulo Martins, Paulo da Silva, Pedro Leitão e Tiago Marques) e com três administradores não executivos (Angel Corcóstegui Guraya, Herbert Walter e Pedro Norton de Matos).

Os vogais executivos da administração vão auferir 337 mil euros por ano e os vogais não executivos vão ganhar 49 mil euros anuais.

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