"A determinado momento as infrações às regras deviam ter consequências", afirmou o presidente do banco central alemão numa entrevista aos jornais Die Zeit e Corriere della Sera, citada pela agência France Presse.
"Na minha opinião, a comissão e o conselho europeus não foram consequentes", sustentou.
No mês passado, Bruxelas decidiu não aplicar sanções a Portugal e Espanha pelo não cumprimento das regras orçamentais europeias, apesar de o défice público dos dois países ter ultrapassado o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) imposto pelos tratados. A decisão foi justificada com os esforços que têm vindo a ser feitos pelos dois países, no seguimento da crise da dívida.
Contudo, para Weidmann, esta posição faz com que as regras "sejam simplesmente uma fachada, sem nenhum caráter vinculativo", quando é precisamente através de normas firmes que a zona euro poderá evitar novas crises como a da dívida grega.
"Na minha opinião a popularidade da União Europeia junto dos cidadãos sofre com o facto de não serem cumpridas as regras que foram comummente acordadas", afirmou o presidente do Bundesbank.