CGD: Valor da capitalização depende do modelo de negócio escolhido
O montante necessário para reforçar o capital da Caixa Geral de Depósitos (CGD) depende, sobretudo, do modelo de negócio que o Governo selecionar para adaptar o banco público aos desafios futuros do setor, segundo o governador do Banco de Portugal.
© Dinheiro Vivo
Economia Carlos Costa
"Presentemente a CGD respeita os rácios prudenciais. Todavia, como todas as demais instituições, não se pode excluir a necessidade de novas necessidades de capital", afirmou hoje Carlos Costa durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao banco estatal.
De acordo com o líder do supervisor, há quatro fatores fundamentais, que são "a evolução futura da conta de resultados", nomeadamente, a possibilidade de lidar com as "imparidades futuras que não sejam cobertas pela margem financeira".
O segundo fator passa pelas "exigências regulatórias determinadas pelo supervisor" e o terceiro pela necessidade de "constituir almofada de capital para prevenir cenários adversos dos testes de resiliência" das autoridades europeias, assinalou.
Já o quarto fator apontado por Carlos Costa está relacionado com a necessidade de que "as instituições repensem o seu modelo de negócio e se reestruturem de forma a responder aos desafios futuros da banca e que permitam o aumento da rendibilidade".
Quanto a este ponto, o governador sublinhou que "tudo depende do ponto de partida do balanço" e dos objetivos para o futuro, que vão implicar que a reestruturação possa ser mais ou menos ampla.
"O valor da recapitalização da CGD que tem sido referido no debate público está em grande medida dependente deste quarto fator", destacou Carlos Costa.
O responsável assinalou ainda que tudo está dependente da "ambição" que tenha o Governo, em representação do acionista único, o Estado, e a rapidez de execução do plano de reestruturação que se pretenda.
Nota para a presença de Elisa Ferreira, nova administradora do Banco de Portugal, que acompanha Carlos Costa nesta audição parlamentar.
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