Petróleo no Alentejo? Quercus diz "não"

Associação ambiental garante que concessões negociadas entre Governo, Galp, Eni e Portfuel podem ter efeitos devastadores no meio ambiente e atividade turística da região.

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Bruno Mourão com Elsa Pereira
31/03/2016 09:58 ‧ 31/03/2016 por Bruno Mourão com Elsa Pereira

Economia

Matérias-Primas

A Quercus quer suspender a exploração on e offshore de petróleo no Alentejo. A intenção foi assumida hoje pela agência ambiental, através de um comunicado enviado à redação do Economia ao Minuto no qual faz duras críticas às decisões do Governo e aos possíveis impactos da exploração. 

"A ocorrência de um eventual acidente numa exploração deste género, mesmo que pontual, terá consequências avassaladoras", avisa a Quercus, antes de explicar que o derrame de petróleo nas águas territoriais portuguesas afetaria "irreversivelmente ecossistemas únicos e frágeis, bem como diversas espécies, incluindo aves marinhas, baleias e golfinhos". 

"Ao mesmo tempo, a Associação de Municípios do Algarve (AMAL), na ausência de respostas por parte do Secretário de Estado da Energia, decidiu avançar com a interposição de um processo judicial, com o objetivo de travar o contrato de concessão de duas explorações de petróleo em terra", explica a associação, garantindo que "este tipo de exploração não é compatível com a atividade turística", para além de significar "riscos brutais para esta região". 

Preocupada com a possibilidade de abertura de mais poços caso a jazida de Sines seja considerada comercialmente viável e a exploração em terra resulte, a Quercus pede ao Governo para "suspender todos os projetos de prospeção a decorrer em Portugal e proceder aos estudos de impacte ambiental essenciais a uma consulta pública até hoje inexistente". 

"O caminho para Portugal deverá passar por investimentos mais sólidos em energias renováveis compatíveis com a conservação da natureza, assim como pela eficiência energética, e não pela aposta na exploração de hidrocarbonetos, que entra em contradição com os compromissos assumidos pelo Estado Português na cimeira COP21", lembra a Quercus, antes de concluir com um aviso.

"A Quercus continuará a acompanhar a pesquisa, prospeção, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural em território nacional, integrando plataformas, tais como a Plataforma Algarve Livre de Petróleo. Encetará também todos os esforços no sentido de exigir uma discussão urgente e transparente da prospeção e exploração de hidrocarbonetos em Portugal, de forma a que o Governo entenda que essa não é a melhor opção para o país, nem a vontade das populações."

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