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Pobreza em Cabo Verde tem "rosto acentuadamente feminino"

O Presidente da República cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, defendeu hoje que a pobreza é sobretudo feminina em Cabo Verde, onde, por razões culturais, se continua a subalternizar e a penalizar as mulheres socialmente.

Pobreza em Cabo Verde tem "rosto acentuadamente feminino"
Notícias ao Minuto

14:14 - 27/03/16 por Lusa

Economia Presidentes

Numa mensagem alusiva ao Dia da Mulher Cabo-Verdiana, que hoje se assinala, Jorge Carlos Fonseca considera a mulher "um dos baluartes da família cabo-verdiana", assinala a sua presença preponderante em várias esferas e reconhece que grande parte dos seus direitos são reconhecidos.

Por outro lado, assinala que, "em termos práticos, subsistem importantes obstáculos" que limitam a total afirmação da mulher.

"A forte presença da mulher em todos os cenários é absolutamente natural e vai da esfera artística à desportiva, passando pela técnica, política e empresarial", adianta o Presidente da Republica.

Contudo, apesar desta realidade, considera Jorge Carlos Fonseca, a "assunção de cargos de responsabilidade é ainda muito reduzida, não obstante a sua importante participação no seio do governo e na liderança de um importante partido cabo-verdiano", o PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde).

O chefe de Estado cabo-verdiano realçou ainda a "contribuição determinante" das mulheres para a coesão familiar e assinalou a dupla "jornada de trabalho", no emprego e em casa, que muitas mulheres enfrentam diariamente.

"Esta tarefa extenuante às vezes assume foros de heroicidade. Refiro-me às situações em que a mulher é pai e mãe, além de assegurar o sustento da família", disse.

Reconheceu, por outro lado, que a "mulher ainda é socialmente muito penalizada", registando níveis de analfabetismo e de desemprego mais elevados que os homens e exercendo tarefas pior remuneradas.

"Esta realidade atesta que, de facto, a pobreza, em Cabo Verde, tem rosto acentuadamente feminino", adianta o chefe de Estado.

Considerou que são sobretudo obstáculos de natureza cultural que permitem que situações de injustiça e de exclusão da mulher continuem a subsistir no país.

"Por razões históricas diversas, a nossa cultura estruturou-se de modo a que na nossa sociedade as mulheres fossem subordinadas e limitadas, por essa via, na sua capacidade de colocar à disposição da comunidade toda a sua capacidade criativa", considerou.

Para Jorge Carlos Fonseca, o reconhecimento de que os fatores culturais têm "um peso muito importante nesse processo" nãoo significa a sua aceitação.

"A cultura pode conter elementos bons e elementos maus. Os maus, como a subalternização da mulher, devem ser vigorosamente combatidos e extirpados", sustentou.

Para tal, defendeu "um forte investimento na educação, acompanhado de medidas que objetivamente promovam a igualdade equidade de género, com destaque para o combate sem tréguas à violência baseada no género".

Jorge Carlos Fonseca liderou em Cabo Verde a campanha das Nações Unidas "HeforShe" (Ele por ela) que visa a sensibilização os homens para a promoção da igualdade de género.

A campanha, que terminou em dezembro, visava mobilizar em Cabo Verde dois mil homens e rapazes para esta causa, mas ultrapassou a meta de cinco mil estabelecida pelo próprio Jorge Carlos Fonseca.

"Essa luta é de todos, mulheres e homens. Só assim a justiça, a solidariedade, a felicidade serão muito mais do que conceitos. Terão dois rostos fundidos num único, o rosto da humanidade", defende o presidente.

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