Código de barras faz assinala 30 anos em Portugal
Os característicos 'bips' de leitura dos códigos de barras começaram a ouvir-se há 30 anos em Portugal, inicialmente uma mera ferramenta de gestão de inventários, mas hoje um "selo de qualidade" para um consumidor cada vez mais exigente.
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Economia Comércio
"Começámos em 1985 e julgo que, neste momento, podemos dizer que somos um selo de qualidade, de segurança e de fiabilidade, quer no ponto de venda, quer nas plataformas digitais", afirmou o editor executivo da associação GS1 Portugal, que gere este sistema no país, em entrevista à agência Lusa.
Ouvidos pela primeira vez em Portugal na caixa de um hipermercado, em Matosinhos, os hoje tão familiares e característicos 'bips' emitidos a cada leitura por infravermelhos do código de barras de um produto não são já uma mera ferramenta de gestão de inventários para fabricantes, fornecedores e retalhistas, mas 'saltaram' literalmente para as mãos dos cada vez mais exigentes e informados consumidores.
"A origem disto foi a necessidade de gerir compras e faturas muito complexas, pois deixou de se vender à unidade para passar a vender-se em grandes quantidades. Mas entretanto [o sistema] evoluiu, foi dando visibilidade à cadeia de valor, e tem hoje um papel importantíssimo na luta contra a contrafação, na rastreabilidade da segurança alimentar 'do prado ao prato' e na transparência da informação ao consumidor", salientou João de Castro Guimarães.
Assim, estão já hoje disponíveis aplicações que permitem ao consumidor (em loja ou nas plataformas digitais) usar o seu telemóvel ou outro dispositivo móvel para fazer a leitura de códigos de barras de produtos e obter todo um conjunto de informação adicional, desde os respetivos nutrientes, características, validade e origem até à presença de determinados alergénicos ou à oferta de um cupão promocional.
Intitulada 'SmartScan', esta aplicação acaba de ser lançada pela GS1 Portugal em parceria com a líder de soluções de 'mobile engagement' ScanBuy e permite ao consumidor aceder a informação de produto e a promoções e cupões, entre outras "interações inovadoras" com as marcas.
"No final da linha, é o consumidor que está a obrigar cada vez mais a isto, muitas vezes com influências anglo-saxónicas, que exigem muito ao nível da sustentabilidade e da pegada do carbono, por exemplo. O consumidor vai tendo uma maior literacia nestes assuntos e uma cada vez maior exigência, exigindo transparência e levado à necessidade de criar ferramentas que disponibilizem esses dados com qualidade", explicou.
Neste contexto, João de Castro Guimarães considera que "a informação do produto e a qualidade dos dados de uma empresa é, hoje, um ativo estratégico", pelo que "vai ter de passar a existir nas empresas um responsável por esta área - um 'chief data officer'-" que garanta um bom desempenho a este nível.
É que, alerta, se atualmente o consumidor português "ainda não exige muito", o facto é que "tem evoluído muitíssimo nos últimos anos" e o seu "nível de exigência tem crescido incomparavelmente".
"Com estas questões da Internet e do digital o português está cada vez mais a liderar as tendências europeias, o que está a despertar na camada mais jovem um grau de informação e de exigência muito grandes" a que as marcas têm de saber responder, disse.
A expansão registada ao longo das quatro décadas de vida, a nível internacional, da tecnologia de código de barras - que através de uma sequência de 13 dígitos estabeleceu um 'standard' (norma) único para a identificação dos produtos - traduz-se atualmente em cerca de cinco mil milhões de 'bips' (cada um representando a leitura de um código) por dia, tendo sido atingido em setembro de 2014 o marco dos 15 milhões de artigos registados.
Atualmente com cerca de 7.500 empresas de 20 setores associados, cujas faturações representam metade do Produto Interno Bruto (PIB) português, a GS1 Portugal é uma instituição de direito privado de utilidade pública, sem fins lucrativos, que integra a organização internacional GS1 (Global Standards 1), constituída por mais de 1,5 milhões de empresas associadas que operam em 150 países.
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