Mira Amaral não está preocupado mas alerta para problemas à Esquerda

O presidente do banco BIC, Mira Amaral, afirmou hoje que não está preocupado com a instabilidade política, mas alertou para as incompatibilidades de um acordo entre o PCP, o BE e o PS para um eventual Governo de esquerda.

"O que foi conseguido foi apenas pelos empresários. Governo só empatou"

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Lusa
05/11/2015 16:15 ‧ 05/11/2015 por Lusa

Economia

BIC

"Não estou em pânico, nem pouco mais ou menos, o PS vai cumprir os compromissos europeus. O risco a curto prazo é que o dinheiro que ficou em caixa - como disse a senhora ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque - não é dinheiro nosso, mas é emprestado. Chega para as primeiras necessidades, mas acaba", advertiu Mira Amaral, que falava numa conferência organizada pela Connect Your Future, em Lisboa.

O banqueiro considerou que "não vale a pena dramatizar, mas constitucionalmente é possível" ter um Governo de esquerda, apesar de António Costa não ter ganho as eleições.

O gestor foi mais longe, dizendo não entender "como o PCP aguenta quatro anos de apoio a um Governo" que resulte de um acordo entre os comunistas, os socialistas e os bloquistas, uma vez que será difícil compatibilizar os interesses do PCP e do BE com os compromissos europeus.

Mira Amaral considerou que a concretizar-se esse cenário "seria preferível que não houvesse coligação e que o PS tivesse ganho, mesmo sem maioria", uma vez que "Costa, se aparecer como líder do Governo aparece como um líder sem ter ganho as eleições".

O ex-ministro dos governos liderados por Cavaco Silva, teceu ainda críticas ao anterior executivo, nomeadamente, no que concerne ao Banco de Fomento que "foi mais um monumental 'flop' do Governo que vai sair".

O que deviam ter feito era estar calados, fazê-lo em Bruxelas, e quando estivesse resolvido então anunciavam a sua implementação, mas este jovem Governo não ouve a minha geração que para eles já está amortizada", ironizou.

Ao contrário de Mira Amaral, o presidente da Brisa, Vasco de Mello, que também marcou presença nesta conferência, que decorre hoje em Lisboa, admitiu estar preocupado com a instabilidade política atual.

"Estou preocupado. Penso que Portugal está numa situação frágil apesar de ter havido, claramente, uma melhoria nos últimos tempos, mas que continua a ser uma base muito frágil", disse o presidente da Brisa, reforçando que "Portugal precisa de confiança, previsibilidade e estabilidade".

Caso tal não se verifique, e não haja um entendimento entre a coligação e o PS, "penso que aumenta muito o nível de risco em que operamos com consequências de paragem de investimentos, maior dificuldade de criação de postos de trabalho. É uma situação muito preocupante".

Também o presidente da Euronext, Laginha de Sousa, marcou presença neste debate, mas escusou-se a tecer comentários a título pessoal. No entanto, "naquilo que ao mercado diz respeito, para os agentes que atuam no mercado -- que tem grande capacidade de lidar com notícias negativas e incorpora-as --, este tem dificuldade em lidar com a incerteza", disse.

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