"Não há nenhum atropelo das regras" na reestruturação do Novo Banco
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou hoje "normal e natural" que a administração do Novo Banco proceda a uma reestruturação, e reiterou a confiança no governador do Banco de Portugal para concluir a venda do banco.
© Reuters
Economia Passos
"Ninguém pode estar um ano sem fazer gestão séria do banco, não pode estar a permitir que o banco perca valor simplesmente porque está à espera que haja um novo dono para poder gerir e oferecer uma perspetiva de valorização de mercado e de futuro ao banco. Eu acho que isso é normal e natural e não aí há nenhum atropelo das regras normais que se devem aplicar nestes casos", afirmou Passos Coelho sobre a reestruturação anunciada pela administração do Novo Banco.
Numa entrevista à RTP, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves, Passos Coelho renovou ter "toda a confiança no Banco de Portugal e no governador para concluírem este processo de venda", sublinhando que o banco central é a instituição com melhores condições de independência, autonomia e equidistância para o fazer.
O também primeiro-ministro foi questionado sobre o atraso no funcionamento do chamado banco de fomento, respondendo que essa instituição financeira de desenvolvimento só agora está em condições de gerir os fundos comunitários que começam a chegar.
"Esta instituição está a funcionar, mas o essencial da sua função era gerir fundos europeus que só agora estão a chegar à economia", afirmou, sublinhando que serão investimentos que terão um retorno e não serão a fundo perdido, como no passado.
Ainda sobre o Novo Banco, Passos Coelho reiterou que a alternativa à resolução seria a nacionalização, com as "más consequências" que se verificaram com o BPN, e voltou a afirmar que apoia a decisão do Banco de Portugal de não vender já o Novo Banco e aguardar por condições de mercado mais favoráveis.
"Não quero fazer muitos comentários sobre isso. Não é uma defesa por causa das eleições, é uma questão que está relacionada com a estabilidade financeira, o Novo Banco não é um banco qualquer, representa 20%, quase, do mercado bancário em Portugal", justificou.
Passos Coelho considerou ainda que a gestão deste processo pelo Banco de Portugal é a mais adequada porque o banco central conhece a indústria e tem "uma posição imparcial e independente para vender um dos bancos num processo que é suportado, pago, por todos os bancos".
"Não estou a ver nenhuma outra instituição que pudesse reunir estas condições e características que pudesse garantir um processo independente do restante sistema financeiro. A alternativa seria, no quadro desta legislação, criar uma instituição nova que só tivesse como missão resolver o banco, e não me parece que isso fosse eficiente".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com