Portugal resistiu às ondas de choque do BES e da PT
O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, lamentou hoje os efeitos que o colapso do BES/GES e da PT tiveram sobre a perceção internacional a propósito de Portugal, mas considerou que os mesmos foram temporários.
© Global Imagens
Economia José de Matos
"Não adivinhámos nada, estávamos a cumprir o que tínhamos decidido fazer. Tínhamos que o fazer [estava acordado com a 'troika' no âmbito do resgate a Portugal]. Tínhamos a obrigação e a intenção de o fazer", afirmou, depois de questionado sobre a venda da posição do banco público na Portugal Telecom (PT) no final de 2013, durante a conferência de apresentação dos resultados do ano passado.
"Foi uma venda de 6,1% de uma empresa importante. Foram vendidos numa manhã sem qualquer impacto significativo no mercado. A Caixa quando fez o que tinha que fazer, fez bem feito", realçou, apontando para o mérito dos colaboradores da CGD ligados à operação.
"Houve quem gostasse e quem não gostasse", assinalou, uma vez que na altura a sua gestão foi criticada por várias vozes pelo facto de a CGD ter saído do capital da PT.
"Era uma das participações importantes que tínhamos, e foi a última a ser vendida antes da venda dos seguros", acrescentou.
Sobre a atual situação em que caiu a operadora de telecomunicações, José de Matos não se alongou em comentários.
"Em geral, é pena", afirmou, apontando o dedo a outros casos que deram que falar durante o curso do ano passado, como o colapso do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
"Não só esse. Outros casos no domínio da vida empresarial portuguesa não foram bons para a perceção dos investidores internacionais sobre o país. Percebemos que isso criou uma má reação", constatou.
Ainda assim, na sua opinião, "a perceção de risco do país sobrepôs-se aos aspetos negativos".
E concluiu: "Passámos por cima disso. A economia portuguesa passou por cima disso".
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