Portugal em projeto para melhorar eficiência energética na rega
Portugal participa num projeto europeu que pretende melhorar a eficiência do uso da energia na gestão da água na agricultura, criando uma plataforma integrada para ajudar as entidades gestoras a decidir quando utilizar este recurso.
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Economia Agricultura
Com esta ferramenta disponível para as entidades gestoras, "podemos decidir quando devemos usar a água, tendo em conta quando os custos energéticos são mais baixos, portanto a água reservada nas barragens e no solo podem ser usadas para equilibrar o sistema energético", explicou à agência Lusa a representante do projeto WEAM4i, em Portugal.
Carina Arranja é a secretária geral da Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG), um dos dois parceiros portugueses do projeto que vai desenvolver projetos-piloto em duas zonas do Alentejo, nos concelhos de Ferreira do Alentejo e Aljustrel, ambos ligados ao sistema do Alqueva.
"Até agora, temo-nos preocupado muito com a água e chegamos a um limiar de uso eficiente muito elevado e foi tudo a custo de gasto de energia, pois necessitamos de bombas. Agora temos de aliar aqui o uso eficiente de energia", apontou.
Para desenvolver-se até junho de 2017, o projeto europeu, que tem a participação de 17 parceiros de Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda e França, vai criar uma plataforma com ferramentas que já existem para fazer uma gestão integrada da água e da energia.
A plataforma proposta pode ajudar as entidades que gerem a água para rega, nomeadamente as associações de regantes, e em Portugal também a EDIA (empresa de desenvolvimento do Alqueva).
"As entidades gestoras têm um programa que lhes permite, em tempo real, saber quais os consumos de água necessários para os próximos dias e, tendo em conta os consumos energéticos que vão ter, podem decidir quando devem tirar a água das barragens e fazer a sua gestão", especificou a secretária geral da FENAREG.
"Nós, países do sul da Europa, temos vindo a melhorar a nossa eficiência no uso da água, mas isso exige o consumo de energia, que tem um peso cada vez mais elevado devido aos custos da fatura energética" no setor agrícola, explicou Carina Arranja.
O mercado comum ibérico "é como uma ilha e tem capacidade de fornecer mais do que é necessário, tem custos muito elevados devido a uma gestão que deve ser o mais equilibrada possível", referiu.
Carina Arranja defendeu que os países ibéricos necessitam de ferramentas legais, como existem em países do norte da Europa, para "ajudar o setor da energia a equilibrar os consumos e as perdas de energia, e os agricultores ou as entidades gestoras podem decidir, tendo em conta esta ferramenta de gestão e as necessidades de consumo".
Os parceiros do projeto WEAM4i (em português, gestão avançada de água e energia para irrigação) reuniram-se na quarta-feira em Portugal para analisarem o trabalho realizado durante o primeiro ano e perspetivar as próximas tarefas.
O setor agrícola é responsável por 30% do uso de água na Europa, chegando aos 70% em vários países do sul da Europa e o projeto é co-financiado pela União Europeia no âmbito do 7.º Programa-Quadro, com um orçamento de 7,6 milhões de euros.
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