Chineses investem em castanha para entrar no mercado europeu
Um grupo internacional de capitais maioritariamente chineses instalou-se em Vinhais, a zona onde se concentra a maior parte da produção portuguesa de castanha, com uma unidade que vai recolher e comercializar para o mercado europeu.
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Economia Vinhais
A unidade vai começar a recolher castanha já na atual campanha, que está prestes a começar e a perspetiva é de que a partir do próximo ano Vinhais vai assegurar "no mínimo as necessidades" da empresa-mãe, a Minerve, sediada na zona da Bretanha, em França, há 60 anos, como adiantou hoje à Lusa o representante do acionista português, Filipe Pessanha.
A unidade que vai servir de base a este negócio é a Cacovin, uma empresa municipal que foi vendida há três anos à Minerve, então com um acionista português, o Grupo Branco, e outro francês que acabou por sair e deu lugar ao grupo American Lorain, com capitais maioritariamente chineses.
Este negócio, como reconheceu, abre também as portas do mercado europeu aos investidores chineses.
A perspetiva avançada pela representante local é de que a unidade de Vinhais passe no futuro a assegurar o milhão de quilos de castanha que é processado anualmente em França.
A Castanha, como explicou, "é a principal área de negócio em França, daí que faça todo o sentido investir, estar presente num sítio como Vinhais onde a castanha é o principal produto".
Numa primeira fase, a unidade de Vinhais dará resposta às necessidades da empresa francesa e numa fase seguinte o projeto é apresentado com a intenção de colocar também o produto no território português e noutros mercados como Espanha, Alemanha, Holanda e no mercado do fresco em França e Itália.
Filipe Pessanha lembrou que atualmente a Minerve já adquire castanha portuguesa neta zona de Trás-os-Montes, mas através de outros concorrentes locais.
A unidade de Vinhais precisa para já de apenas "pequenos ajustamentos e reparações" e começará a funcionar ainda a meio gás na atual campanha, apenas com castanha em fresco.
A perspetiva avançada é da criação de 14 postos de trabalho e de no próximo ano começar também a trabalhar para o mercado do congelado.
Para combater a sazonalidade desta produção, os investidores avançam que pretendem explorar outros produtos da região, nomeadamente os frutos vermelhos para poder laborar durante todo o ano.
Nessa altura será necessário reforçar o investimento, como afirmou o responsável sem ainda quantificar valores.
A zona de Vinhais, na Terra Fria Transmontana concentra quase metade da castanha nacional, com uma produção anual que ronda as 15 mil toneladas.
Embora o produto mais emblemático do concelho seja o tradicional fumeiro, a castanha é a que tem maior peso económico, com a autarquia local a estimar que a área atual de souto, incluindo novos castanheiros, tem um potencial que ascenderá no futuro a 26 milhões de euros só na venda direta do fruto.
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