"Política orçamental pode apoiar crescimento mas não pressionar dívida"
O economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) Vítor Gaspar afirmou hoje que a política orçamental pode apoiar o crescimento, mas alertou que "não deve colocar riscos à sustentabilidade da dívida" e que "este não é o tempo para complacência".
© Reuters
Economia Vítor Gaspar
Em conferência de imprensa hoje em Washington, o presidente do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, Vítor Gaspar, defendeu a necessidade de reformas que promovam o crescimento e o emprego e reconheceu que a política orçamental pode desempenhar um papel importante, melhorando as condições macroeconómicas e facilitando as reformas estruturais no mercado de trabalho ao compensar os custos potenciais destas reformas no curto prazo.
No entanto, o antigo ministro das Finanças do Governo de Pedro Passos Coelho esclareceu que a política orçamental desenhada "tem de cumprir certas condições", destacando que "não deve colocar riscos à sustentabilidade da dívida, [que] os custos e os benefícios da reforma devem ser bem identificados, [que] os custos devem ser restritos em dimensão e no tempo e [que] tem de haver certeza suficiente de que as reformas vão ser adotadas inteiramente até ao final".
Vítor Gaspar alertou que "as vulnerabilidades e os riscos orçamentais continuam a acumular-se" e que isso "exige uma política orçamental inteligente".
Sublinhando que "este não é o tempo para complacência", Vítor Gaspar afirmou que "é imperativo que os países que estão numa fase difícil de uma recuperação anémica, com um fraco potencial de crescimento e inflação muito baixa, tenham uma política orçamental inteligente".
O antigo governante explicou que "uma política orçamental inteligente é aquela que apoia o emprego e o crescimento ao mesmo tempo que traz a dívida pública para níveis mais seguros" e que "valoriza o investimento público eficiente e facilita as reformas estruturais".
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