Cahora Bassa procura parceiros para nova central e produção solar

A Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), centro de Moçambique, vai começar a procurar "parceiros estratégicos" para desenvolver a central solar e a central norte da barragem, projetos que a gigante energética moçambicana classifica como estruturais.

Estudo revela que 63% das exportações de Moçambique dependem de apenas quatro empresas

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Lusa
15/07/2025 09:12 ‧ há 11 horas por Lusa

Economia

Moçambique

A informação consta dos projetos futuros identificados no relatório e contas de 2024 da HCB, de junho e consultado hoje pela Lusa, em que a administração garante que vai "manter o foco na implementação de projetos de modernização, diversificação e expansão, com um novo ímpeto após a conclusão da análise estratégica que orienta a Empresa para escolhas objetivas".

 

"Serão lançados concursos públicos para identificar parceiros estratégicos para o codesenvolvimento da central fotovoltaica de 400 MWac e da Central Norte de Cahora Bassa, no âmbito da diversificação e expansão do negócio da empresa", lê-se.

A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, detida em 85% pela estatal Companhia Elétrica do Zambeze e pela portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) em 7,5%, possuindo a empresa 3,5% de ações próprias, enquanto os restantes 4% estão nas mãos de cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.

A barragem de Cahora Bassa, na província de Tete, foi construída no período colonial português e a sua albufeira é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros, contando com quase 800 trabalhadores, sendo uma das maiores produtores de eletricidade na região austral africana, abastecendo os países vizinhos.

A operação comercial daquela barragem teve início em 1977, com a transmissão dos primeiros 960 MegaWatts (MW), produzidos por três geradores, face à atual capacidade instalada de 2.075 MW, numa única central até agora, segundo dados da HCB.

A HCB registou lucros de 14,1 mil milhões de meticais (195,7 milhões de euros) no exercício de 2024, um crescimento de quase 8,5% face a 2023, "sendo o maior da história" da empresa e o "corolário combinado" da produção total gerada no ano passado, de 15.753,52 GigaWatt-hora (GWh), e do ajustamento da tarifa de venda de energia ao estrangeiro".

O presidente do conselho de administração da HCB, Tomás Matola, disse anteriormente à Lusa que o grande desafio energético em Moçambique, neste momento, é dar resposta ao crescimento da procura doméstica, em virtude do desenvolvimento da economia e industrialização de Moçambique, e à procura regional.

Acrescentou que a região tem "um défice de energia agravado pela África do Sul", mas ao mesmo tempo, é "uma oportunidade para Cabora Bassa crescer e expandir-se".

Por isso, destacou Tomás Matola, Cabora Bassa ainda "tem a mesma capacidade de produção deixada pelos portugueses", mas também projetos de expansão.

Um desses projetos é a Central Norte, em fase de estudos, que Matola acredita que seja aprovado este ano em Conselho de Ministros, podendo iniciar-se a sua construção dentro de dois anos, e prolongando-se até 2031 ou 2032.

Para este investimento, a HCB "vai abrir capital só para a Central Norte, numa perspetiva de 'projet finance', em 40%", e os restantes 60% ficam na mão da HCB, que vai usar os seus próprios recursos, mas também terá de recorrer ao endividamento para garantir o financiamento necessário.

Outro dos projetos é a central de energia fotovoltaica, para produzir inicial de 400 megawatts de energia solar, que está em fase de "pré-estudo", mas que prevê expandir a capacidade, sendo aberto a operadores privados. Nessa sociedade, a HCB admite ficar com entre 5% a 10% do capital.

Leia Também: Eskom comprou 66% da eletricidade da barragem moçambicana de Cahora Bassa

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