"Mercado laboral está a trabalhar de forma eficiente"

O governador do Banco de Portugal defendeu hoje que existe uma "mobilidade enorme" no mercado laboral em Portugal e que se verificaram ganhos salariais tanto para quem mudou de emprego como para quem se manteve.

Mário Centeno, Banco de Portugal,

© Jose Sarmento Matos/Bloomberg via Getty Images

Lusa
01/07/2025 11:50 ‧ há 6 horas por Lusa

Economia

Banco de Portugal

 

 

Estas declarações foram feitas num comentário à apresentação de um estudo no Fórum BCE, que decorre até quarta-feira em Sintra, que argumentou que o crescimento do dinamismo no mercado laboral europeu, que é menor do que nos EUA, poderia fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico.

Mário Centeno pediu a palavra após a apresentação para defender que deveria ser feita uma referência aos salários, reiterando que "olhando para o mercado laboral europeu nos últimos 10 anos, houve uma mudança incrível".

Já na questão da mobilidade, o governador destacou que uma grande fatia dos empregos são ocupados por pessoas que trabalham num país diferente de onde nasceram, demonstrando "uma enorme mobilidade".

Para Centeno, o mercado laboral europeu "provou ser resiliente nas crises, contrário ao dos EUA", destacando também alguns dados para o mercado português, onde nos últimos cinco anos, "por cada trabalho criado, foram feitos 10 novos contratos no mercado laboral", tendo por isso uma "mobilidade enorme".

Já em termos de salários, o autor argumentou que há ganhos ao longo da carreira quando mudam de trabalho, mas Centeno salientou que, segundo os números para Portugal, nos últimos cinco anos, "as pessoas a passar de um trabalho para outro viram o salário subir 14% e para as que ficaram no mesmo trabalho subiu 7%".

Isto "implica que o mercado laboral está a trabalhar de forma eficiente", reiterou o governador, apontando que não considera que se enfrentou um mercado com "esclerose", em referência ao título do artigo de Benjamin Schoefer.

Benjamin Schoefer, professor associado na Universidade da Califórnia, apresentou o artigo focado na "euroesclerose", defendendo que na Europa há sinais de pouco dinamismo no mercado laboral, particularmente em comparação com os Estados Unidos.

As instituições do mercado laboral são diferentes na Europa e nos EUA, salientou, o que afeta indicadores macroeconómicos como a qualidade dos empregos e a desigualdade, podendo por exemplo prevenir a mudança de trabalho e melhoria da qualidade do emprego.

O autor argumentou também que o dinamismo no mercado e empresas afeta a 'performance', salientando que por exemplo na Europa muitas pessoas têm "empregos para a vida".

Portugal é um dos países onde isso é mais verdade, sendo que, segundo este estudo, cerca de um terço dos trabalhos em Portugal são desempenhados há 20 anos ou mais.

Tendo em conta este cenário, Benjamin Schoefer propõe reformas dentro do modelo europeu do para facilitar o dinamismo no mercado de trabalho e, dessa forma, impulsionar a inovação e o investimento capital.

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