Companhias afastam queda de procura de turistas dos EUA por Portugal

As companhias aéreas não estão a sentir uma diminuição da procura por Portugal de norte-americanos para o verão, garantiu o diretor executivo da associação que representa as empresas (RENA), em entrevista à Lusa.

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Lusa
20/05/2025 06:52 ‧ há 7 horas por Lusa

Economia

Viagens

As medidas que a Administração Trump tem vindo a implementar, como a guerra de tarifas, têm suscitado preocupações em várias indústrias, entre as quais o turismo, o motor de crescimento da economia portuguesa.

 

Lá fora, algumas companhias aéreas têm revisto em baixa o crescimento das reservas com os receios de uma eventual diminuição do poder de compra levar os norte-americanos a cortar nas viagens de lazer.

Em Portugal, pelo menos para o verão, esse efeito ainda não está a ser sentido, segundo o diretor executivo da associação que representa as companhias aéreas no mercado nacional (RENA).

"As reservas são feitas com alguma antecedência, e o que estamos a viver hoje ainda é reflexo de decisões económicas tomadas há seis ou nove meses, antes ainda desse impacto", explicou António Moura Portugal. No entanto, não descarta que "no futuro isso possa acontecer". "Mas, para já, ainda não", acrescentou.

Apesar do número de reservas não estar a ser impactado, admite que, "indiretamente, poderá haver um aumento de preços por causa de um encarecimento de matérias-primas ou de bens que são incorporados naquilo que é o produto final, que é a viagem".

Por outro lado, "também há uma menor capacidade de compra por parte do turista norte-americano e uma menor disposição para viajar para a Europa", destaca, lembrando o forte contributo que têm dado aos operadores turísticos em termos de receitas.

Mesmo confirmando-se o arrefecimento da procura, acredita que Portugal não estará "na linha da frente desse impacto" por não ser um dos destinos mais caros na lista de preferências do passageiro norte-americano.

Por todos estes motivos, mantém-se confiante de que as perspetivas para o verão não vão ser afetadas. "Os números deste ano apontam para um crescimento na casa dos 2 ou 3%, em termos do número total de passageiros que estão a chegar aos aeroportos portugueses. [...] Para Portugal são números satisfatórios, até porque, como se sabe, temos uma capacidade de crescimento muito limitada", disse, referindo-se ao congestionamento do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Ainda sobre o mercado norte-americano, lembrou que hoje saem de Portugal voos para "variadíssimos destinos" dos EUA servidos não só pela United Airlines, mas também por outras companhias aéreas como a TAP, que tem reforçado a aposta para este mercado.

No que toca ao processo de privatização da empresa, o porta-voz da associação que representa várias companhias aéreas, entre as quais a TAP e as potenciais interessadas Air France, Lufthansa e IAG, prefere não se pronunciar em concreto.

Para António Moura Portugal, o que é importante é ter uma TAP "ativa, forte e a funcionar como companhia líder em termos de aviação em Portugal. Se o modelo de gestão é público, privado, com acionistas nacionais ou estrangeiros, é uma questão 100% política", referiu.

"O que eu acho que é importante é termos uma TAP com paz social, com estabilidade, com objetivos estratégicos tomados única e simplesmente preocupados com a companhia. [...] O que nós temos de pôr na cabeça, de uma vez por todas, é que a TAP está a operar num mercado altamente concorrencial, num mercado global, e que para nós é importante que ela tenha e desempenhe um papel nesse mercado, porque todos nós, portugueses, beneficiamos com isso", alertou.

Questionado se os avanços e recuos na privatização com as sucessivas mudanças de governo podem ser um obstáculo nesse caminho da estabilidade, o responsável descarta essa ideia.

"Não estão propriamente a interferir no desempenho e na gestão da companhia tal como ela está a ser feita", concluiu.

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