"Se avançarmos em criar um ambiente de negócio favorável ao investimento, o Brasil vai continuar a receber muito investimento e tem tudo para crescer de forma sustentável a uma taxa média de 3% ao ano", declarou o governante, durante uma sessão na Conferência Global do Milken Institute, que foi toda falada em português.
"Isso para nós é um espécie de piso a partir do qual podemos voltar a sonhar com uma economia mais sólida e mais justa do ponto de vista social", afirmou.
A perspetiva de crescimento para o Brasil em 2025 ronda os 1,8% (Banco Mundial) e os 2% (FMI), sendo que o governo brasileiro tem expectativas um pouco mais elevadas, nos 2,5%. Haddad disse que os próximos anos serão importantes na elevação das perspetivas internacionais para o país.
"Acredito que vamos consolidar uma compreensão de que o potencial de crescimento da economia brasileira não é menor de 3%", sublinhou. "No final do mandato de Lula, o mundo vai estar convencido que o Brasil pode crescer a uma taxa mínima de 3%", reforçou.
Haddad disse também que o país tem interesse em aproximar-se mais dos Estados Unidos a nível económico e que o território geopolítico da América do Sul é favorável ao investimento.
"Temos interesse em aproximar-nos mais dos Estados Unidos. Fizemos isso na administração Biden e faremos isso na administração Trump", afirmou o governante. "Há possibilidades e complementaridades importantes entre as nossas economias que podem e devem ser exploradas".
Falando no primeiro dia da Conferência Global, o ministro disse que a sua visita aos Estados Unidos também serve para fazer o pré-lançamento da nova política nacional de centros de dados no Brasil. A reforma tributária aprovada no Congresso vai permitir que tanto os investimentos como a exportação de serviços deste setor sejam isentos de impostos.
"Nós queremos que a economia digital no Brasil seja totalmente digital e verde", apontou o ministro, referindo que o intuito é que os centros de dados sejam alimentados por energia limpa.
O tema será desenvolvido a caminho da COP 30, a 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas que decorrerá no Pará em novembro deste ano.
A área de infraestruturas é crucial, com projetos de centenas de milhões e mais parcerias público-privadas.
"A visita aqui tem o intuito de chamar a atenção de um setor que, na nossa visão, pode aproveitar muito mais as oportunidades que estão a ser oferecidas pelo país", indicou o ministro. "É uma visita no sentido de buscar uma aproximação com quem pode olhar para o Brasil de uma maneira ainda mais interessada".
A Global Conference do Milken Institute decorre até quarta-feira, 07 de maio, no Beverly Hilton em Los Angeles, e também incluiu uma sessão sobre a onda de evolução tecnológica e financeira que está a acontecer na América Latina, com foco no Brasil.
O CEO da Wellhub, uma empresa fundada em 2012 que liga empresas a fornecedores de serviços de bem-estar, previu uma grande expansão do setor tecnológico no futuro.
"Grandes empresas podem vir de qualquer lado", afirmou César Carvalho. "Haverá muito mais empresas a sair do Brasil e da América Latina que serão globais, por causa do talento", antecipou. "Os nossos empreendedores são resilientes e estão habituados a crises". É uma característica que serve bem num mundo que está cada vez mais volátil, indicou.
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