Wall Street deixa de estar imune à guerra tarifária de Trump

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje a semana em baixa, sinalizando os seus receios em relação às múltiplas ameaças tarifárias de Donald Trump, incluindo as dirigidas ao Canadá.

Wall Street fecha em baixa com a incerteza sobre as políticas da Reserva Federal

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Lusa
11/07/2025 22:37 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

Wall Street

Os resultados definitivos da sessão de hoje indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,63%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,22% e o S&P 500, mais abrangente, recuou 0,33%.

 

"Uma nova ronda de ameaças tarifárias do presidente Trump está a pesar sobre o apetite ao risco no final da semana, com as ações a recuperarem de novos máximos alcançados nas negociações de ontem", explicou José Torres, da Interactive Brokers.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a visar o Canadá na quinta-feira, impondo uma sobretaxa de 35%, uma das taxas mais elevadas anunciadas até agora esta semana, criticando o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos por retaliar as suas tarifas.

Desde o início da semana, cerca de vinte países, principalmente na Ásia, já receberam uma carta a notificá-los sobre a sobretaxa que será aplicada aos seus produtos a partir de 01 de agosto.

Entrevistado pela agência France-Presse (AFP), Adam Sarhan, da 50 Park Investments, acredita que a reação do mercado continua "muito otimista", apesar da queda verificada hoje.

O Nasdaq e o S&P 500 registaram vários máximos recorde de fecho nos últimos dias.

"Ainda não vimos nenhuma nova tarifa substancial a ser aplicada", lembrou.

Os investidores aguardam também o destino de várias potências, incluindo a Índia e a União Europeia.

Para a próxima semana, "uma longa lista de dados importantes" pode indicar o rumo do mercado, alertou José Torres.

Os participantes no mercado aguardam, em particular, os números da inflação no consumidor (IPC) e no produtor (IPP) na próxima semana.

Será também divulgado um novo indicador de confiança do consumidor.

"Os economistas e os investidores vão monitorizar de perto se as tarifas de Trump se refletem na cadeia de abastecimento ou nas prateleiras das lojas e vão usar essa informação para avaliar o ritmo de descida da Fed na política monetária", antecipou Torres.

A grande maioria dos investidores acredita que o banco central dos EUA irá manter as taxas a este nível na sua próxima reunião, de acordo com o indicador CME FedWatch.

Mas cada vez menos investidores preveem um corte nas taxas em setembro.

No mercado obrigacionista, o rendimento do título norte-americano a 10 anos subiu acentuadamente para 4,42%, em comparação com 4,35% no fecho do dia anterior.

No mercado bolsista, a fabricante de jeans Levi Strauss (subida de 11,25% para 21,95 dólares) cresceu, impulsionada por resultados trimestrais melhores do que o esperado.

A Strategy (subida de 3,04%, para 434,58 dólares), o maior detentor privado de bitcoin, beneficiou do máximo histórico da criptomoeda mais capitalizada.

A gigante petrolífera britânica BP valorizou 3,55% para 32,64 dólares, depois de ter anunciado que espera uma maior produção e um melhor desempenho na refinação e comercialização de petróleo.

As companhias aéreas perderam terreno, depois de terem beneficiado dos fortes resultados da Delta Air Lines na quinta-feira.

A American Airlines caiu 5,56% para 12,22 dólares, a United Airlines perdeu 4,34% para 87,89 dólares e a Delta limitou o prejuízo, recuando 0,23% para 56,65 dólares.

Leia Também: Wall Street começa última sessão da semana com perdas

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