De acordo com a nota do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte a "greve de dois dias que se iniciou ontem [sexta-feira] dos trabalhadores da Itau, S. A., que exercem a sua atividade profissional nos bares dos comboios mantém hoje uma adesão de 100%".
Segundo o sindicato, "os comboios que saíram da estação de Porto Campanhã foram todos com os bares encerrados devido à adesão total dos trabalhadores".
A estrutura explicou que "a nova concessionária do serviço de refeições dos bares dos comboios de longo curso Alfa Pendular e Intercidades, Itau, S. A., recusa cumprir o Acordo de Empresa (AE) em vigor".
Para o sindicato, "a posição da Itau é ilegal e uma afronta aos trabalhadores que justamente lutaram durante muitos anos pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho".
A estrutura acredita que a empresa "pode pagar os valores do AE de 2025 e respeitar, na íntegra, os direitos dos trabalhadores".
Os trabalhadores pretendem exigir escalas de horários que respeitem a carga horária de oito horas diárias e de 35 horas semanais, o pagamento do trabalho ao sábado e domingo com um acréscimo de 25% e do subsídio de refeição diário de 11,50 euros e 13 euros, "conforme determina o AE em vigor".
Exigem ainda o pagamento das diuturnidades no valor de 20 euros cada e dos prémios de responsabilidade e subsídio de transporte.
A Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht) já "solicitou uma reunião à administração da CP e ao Secretário e Estado das Infraestruturas, mas não recebeu resposta", lê-se na mesma nota, onde se acrescenta que também já foi pedida a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho.
A Itau foi, por sua vez, "convocada para uma reunião que deverá ter lugar nos próximos dias".
A concessão do serviço de bar dos comboios de longo curso da CP foi atribuída, desde o início de abril, ao Itau - Instituto Técnico de Alimentação Humana e alargada aos Intercidades da Linha do Alentejo, anunciou a empresa no mês passado, após meses de espera, nos quais decorreu o concurso.
Antes disso, os trabalhadores realizaram greves sucessivas, após falhas no pagamento de salários, por uma anterior concessionária, cujo serviço acabou suspenso.
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