Empréstimos em risco aumentaram em 2023. Eis os motivos

O Relatório de Estabilidade Financeira indica que houve, em 2023, um aumento dos empréstimos em risco, relacionando sobretudo com o endividamento de famílias mais pobres.

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Lusa
28/05/2024 16:51 ‧ 28/05/2024 por Lusa

Economia

BdP

Segundo o BdP, ainda que o rácio de crédito em incumprimento tenha continuado a diminuir em 2023 de 3% para 2,7% - que atribui à manutenção do emprego e rendimento das famílias e às renegociações de créditos e medidas de apoio governamentais, no mesmo ano "verificou-se um aumento de empréstimos com deterioração do risco de crédito".

O rácio de empréstimos a particulares em risco (o designado 'stage 2' na gíria do setor) aumentou 2,2 pontos percentuais em 2023 para 10,4% devido sobretudo aos empréstimos à habitação a taxa variável.

O BdP considera, no relatório hoje divulgado, que isto "reflete um aumento do risco de crédito associado ao maior peso do serviço da dívida no rendimento das famílias mais vulneráveis".

Os bancos colocam em 'stage 2' os créditos que não estão em incumprimento, mas em que haja sinais na situação financeira do cliente de que isso pode vir a acontecer.

Sobre o setor bancário português, o relatório indica que continuam a ser registadas melhorias quer em níveis de capital, quer em liquidez e rendibilidade, mas avisa que a "preservação da margem financeira é muito relevante para sustentar a geração de capital de forma orgânica", considerando que os bancos devem conter os efeitos na margem financeira da previsível redução das taxas de juro.

"Importa assegurar que a resiliência acrescida do setor bancário português a eventuais choques assuma contornos estruturais, permitindo a adequada remuneração de depositantes e acionistas e o necessário esforço de adaptação às realidades emergentes", lê-se no Relatório de Estabilidade Financeira.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, apresentou hoje o relatório em conferência de imprensa em Lisboa.

Questionado sobre a eventual fusão de bancos em Portugal (é conhecido que o fundo de investimento Lone Star quer vender o Novo Banco), Centeno elogiou o setor bancário e o desempenho nos testes de 'stress' europeu e disse apenas é o "mercado que determinará todos os processos" que venham a acontecer.

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