O estudo sobre os custos dos instrumentos de pagamento de retalho publicado pelo regulador revela que o custo com estes instrumentos, em 2022, equivale a 0,95% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano, com base em preços correntes (0,99% em 2017).
"Estes custos aumentaram 20% em relação a 2017, refletindo o incremento dos custos internos suportados por todos os intervenientes. Este incremento foi influenciado, entre outros fatores, pelo aumento dos pagamentos realizados e pela inflação", pode ler-se.
Segundo a análise do regulador bancário, mais de 90% destes custos foram suportados pelos comerciantes e pelo sistema bancário (52% e 39%, respetivamente), enquanto os consumidores assumiram os restantes 9%.
O Banco de Portugal indica que a decomposição dos custos por interveniente não se alterou significativamente em relação a 2017, continuando os débitos diretos a ser o instrumento com custo mais baixo por transação: 22 cêntimos.
Seguiram-se o cartão de débito, as transferências e o numerário, que custaram, respetivamente, 34 cêntimos, 41 cêntimos e 50 cêntimos por transação, enquanto o cheque e o cartão de crédito tiveram um custo de 4,16 euros e 2,38 euros por pagamento, respetivamente.
Segundo o BdP, os custos privados dos consumidores com a utilização dos instrumentos de pagamento em 2022 foram estimados em 1.095,2 milhões de euros, uma subida de 39% face a 2017.
Já para os comerciantes, a aceitação de pagamentos traduziu-se por um custo privado de 1.520,2 milhões de euros, mais 19% do que em 2017.
Para o sistema bancário, a disponibilização dos instrumentos de pagamento de retalho originou um custo de 892,2 milhões de euros, o que traduz um aumento de 12% relativamente a 2017, refere o Banco de Portugal.
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