PSI tocou máximos à boleia do otimismo na Europa e robustez das empresas

A bolsa de Lisboa teve quatro sessões de ganhos, onde chegou a tocar em máximos de 11 anos, mas quebrou hoje o ciclo que estava a ser impulsionado pelo otimismo face à economia europeia e expectativas para as cotadas.

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Lusa
09/05/2025 20:01 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

PSI

Nas sessões de quarta e quinta-feira, o índice de referência PSI fechou em máximos de junho de 2014, um desempenho que surgiu "num contexto de forte valorização das principais bolsas europeias, incluindo o DAX alemão, que atingiu hoje um novo máximo histórico", salientou Vítor Madeira, analista da Xtb, à Lusa.

 

"Este cenário reflete o regresso do otimismo aos mercados relativamente às perspetivas para a economia europeia", notou o analista, acrescentando que "os movimentos positivos têm vindo a intensificar-se desde o anúncio do pacote de estímulos apresentado por Ursula von der Leyen para apoio ao setor militar".

Nos mercados, o euro registou uma valorização expressiva, e os índices europeus acompanharam a tendência, num "claro sinal de confiança por parte dos investidores".

É neste contexto que o PSI "tem beneficiado da dinâmica positiva, impulsionado tanto pelo abrandamento da inflação como pelas expectativas favoráveis quanto ao desempenho futuro das empresas que o compõem --- em termos de receitas, lucros e dividendos --- acompanhando assim os seus pares europeus".

João Queiroz, Head of Trading do Banco Carregosa, destacou também à Lusa que "este desempenho resulta da confluência de fatores estruturais e circunstanciais, refletindo uma evolução sólida do mercado português".

"Vários títulos de peso --- como EDP, BCP ou REN --- foram alvo de reavaliação por parte dos investidores, alicerçada em resultados trimestrais robustos, disciplina na gestão financeira e melhoria das perspetivas nos respetivos setores, com especial destaque para a energia, infraestruturas e banca", salientou o analista.

Outras cotadas como a Galp e a Navigator "contribuíram para esta dinâmica positiva, quer por reforçarem o "guidance", quer por evidenciarem capacidade de geração de fluxos de caixa consistentes, mesmo em contextos mais desafiantes ou perante reações mistas do mercado", acrescentou.

Além disso, o PSI também beneficiou de rácios de mercado atrativos, segundo o analista, tendo um perfil que "tem sido particularmente apelativo para investidores institucionais em busca de retorno estável num ambiente global ainda marcado por incertezas".

Assim, "o bom desempenho do PSI resulta de uma combinação eficaz entre a robustez operacional das empresas, um posicionamento relativo atrativo e uma leitura mais favorável do contexto macro, o que tem motivado maior interesse e participação por parte dos investidores", resumiu João Queiroz.

Vítor Madeira alertou ainda assim que "avaliar o PSI de forma isolada pode ser injusto, uma vez que este índice inclui várias empresas com elevados dividendos", cujo pagamento tem um impacto direto nas cotações.

"Ainda assim, se este clima de otimismo se mantiver, o PSI poderá apresentar uma melhoria progressiva", sinalizou o analista da Xtb.

Depois de quatro sessões consecutivas de ganhos, a bolsa de Lisboa acabou por fechar hoje em queda, apesar de ter mais cotadas em terreno positivo do que negativo, precisamente penalizada pela queda de 11,9% dos CTT, que apresentaram resultados esta quinta-feira.

Leia Também: Bolsa de Lisboa quebra ciclo de ganhos penalizada por queda de 11,9% dos CTT

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