O CEO da Global Media Group (GMG), José Paulo Fafe, que assumiu funções no passado mês de setembro, apresentou o pedido de demissão, revelou um comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, assinado pelo próprio.
"Ao fim de quatro meses de exercício das funções decidi hoje apresentar renuncia ao cargo de presidente da comissão executiva do Global Media Group, onde igualmente detinha os pelouros editorial, de expansão e novos produtos”, lê-se no comunicado, endereçada aos trabalhadores da GMG.
Segundo José Paulo Fafe, a decisão foi tomada por considerar "estarem esgotadas as condições de exercer essas funções, nomeadamente o necessário entendimento entre acionistas, para levar a cabo a reestruturação editorial que há muito este grupo necessita".
No comunicado, o CEO deixa ainda "uma última nota": "O rigor e a qualidade do jornalismo não se defendem com meras frases de efeito, slogans gastos, ou escondendo factos e realidades indesmentíveis. Constrói-se com projeto, com propósito e fundamentalmente com a coragem que falta aos que, preferindo refugiar-se num passado que lhes esconde as fraquezas, se recusam, muitas vezes por inépcia e incompetência, a fazer o futuro".
Note-se que, em 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Os trabalhadores não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.
O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de janeiro, num aviso com poucas horas de antecedência.
Já esta quarta-feira, os trabalhadores concentram-se no Porto a partir das 9h30 junto à atual sede do Jornal de Notícias, e, a partir das 14h00, junto à histórica e simbólica sede do JN, coincidindo este momento com uma hora de solidariedade proposta pelo SJ a todos os jornalistas do país, para "demonstrar a importância do jornalismo na sociedade".
De seguida, os trabalhadores seguiram para a praça General Humberto Delgado, onde se concentraram em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto.
Já em Lisboa, os trabalhadores concentram-se desde as 9 horas na escadaria da Assembleia da República, enquanto o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, com a tutela da Comunicação Social, prestava esclarecimentos na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
[Notícia atualizada às 18h46]
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