O relatório sobre a visão dos economistas-chefes do Fórum Económico Mundial revela que as perspetivas económicas globais continuam moderadas e envoltas em incerteza.
"Mais de metade dos economistas-chefes (56%) esperam que a economia global enfraqueça este ano, enquanto 43% preveem condições inalteradas ou mais fortes", refere o relatório lançado no âmbito da 54ª reunião organizada pelo Fórum Económico Mundial que arranca hoje e decorre ao longo da semana em Davos, na Suíça.
Segundo o relatório, uma grande maioria também acredita que o mercado de trabalho (77%) e as condições financeiras (70%) irão aliviar durante o próximo ano.
"Embora as expectativas de inflação elevada tenham sido reduzidas em todas as regiões, as perspetivas de crescimento regional variam amplamente e não está previsto um crescimento muito forte em 2024 para nenhuma região", pode ler-se.
A diretora do Fórum Económico Mundial, Saadia Zahidi, destaca que "face a divergências aceleradas, a resiliência da economia global continuará a ser testada no próximo ano".
Na Europa, as perspetivas enfraqueceram significativamente desde o inquérito de setembro de 2023, com a percentagem de inquiridos a esperar um crescimento fraco ou muito fraco quase a duplicar para 77%.
Nos Estados Unidos, no Médio Oriente e no norte de África, as perspetivas são também mais fracas, com cerca de seis em cada 10 inquiridos a preverem um crescimento moderado ou mais forte este ano (contra 78% e 79%, respetivamente).
O relatório revela ainda que dois terços dos economistas-chefes afirmaram que as políticas industriais irão permitir a emergência de novos focos de crescimento, mas a maioria alertou para o aumento das tensões fiscais e da divergência entre economias de rendimentos mais elevados e mais baixos.
"Considera-se que a IA [Inteligência Artificial] generativa aumenta a produtividade e a inovação, sendo os especialistas notavelmente mais otimistas quanto aos benefícios proporcionados pela IA para as economias de rendimento elevado", pode ler-se.
A reunião do Fórum Económico Mundial em Davos reúne líderes internacionais governamentais, institucionais, empresariais e da sociedade civil, que ao longo da semana irão debater a reconstrução da "confiança".
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