Lucros do BPI sobem 35% para 390 milhões até setembro
O banco BPI teve lucros de 390 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 35% do que nos primeiros nove meses de 2022, divulgou hoje o banco.
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Economia BPI
A margem financeira consolidada (diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) subiu 84% para 374 milhões de euros.
Já as comissões líquidas ficaram estáveis em 318 milhões de euros.
Apenas na atividade em Portugal, o BPI (detido pelo grupo espanhol Caixabank) deu lucros de 324 milhões de euros, o dobro do lucro tido entre janeiro e setembro de 2022.
Já o moçambicano BCI contribuiu para os lucros com 24 milhões de euros (menos um milhão do que nos primeiros nove meses de 2022) e o angolano BFA contribuiu com 42 milhões de euros (menos 60 milhões de euros).
Hoje, na conferência de imprensa, questionado sobre a venda da participação no BFA (onde o BPI tem 48%) o presidente executivo do BPI disse que "não há novidade nenhuma" e admitiu que atualmente há dificuldades nesse processo devido à instabilidade da moeda local (kwanza).
"Queremos alienar essa participação, mas não prejudicando o sistema financeiro angolano e de acordo com as autoridades angolanas", afirmou João Pedro Oliveira e Costa, referindo que o BPI tem uma boa relação com a Unitel (detida pelo estado angolano, que detém a maioria do capital do BFA) e que os dividendos são pagos regularmente sem qualquer problema.
Ainda quanto à atividade consolidada, entre janeiro e setembro, os custos de estrutura recorrentes do BPI subiram 12% para 375,4 milhões de euros, sendo que ainda há custos extraordinários de cerca de 20 milhões de euros para reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.
O rácio de eficiência 'cost-to-income' recorrente (custos recorrentes face a receitas) reduziu-se de 50% em final de 2022 para 40,8% em setembro.
Olhando para o balanço, o crédito total subiu 3% para 29,8 mil milhões de euros, com o crédito à habitação a aumentar 4% para 14,6 mil milhões de euros. O crédito a empresas aumentou 2% para 11,2 mil milhões de euros.
O banco destacou que tem ganho quota no crédito, estando em setembro nos 11,7% a quota de crédito total e 14,4% a quota na carteira de crédito à habitação.
Quanto apenas a crédito à habitação, até setembro concedeu 1.800 milhões de euros, sendo 48% a taxa de juro fixa e 10% a taxa de juro mista e restante a taxa de juro variável.
Quanto a depósitos, estes caíram 6% para 28,4 mil milhões de euros em setembro. O presidente do BPI disse que a queda não teve que ver com a amortização antecipada de créditos, mas sobretudo com saída de depósitos para aplicações em certificados de aforro.
Quanto a rácios de solvabilidade, o rácio CET1 foi de 14,5% em setembro, abaixo dos 14,8% de fim de 2022.
Na conferência de imprensa, o presidente do BPI destacou o papel da Fundação La Caixa em Portugal e os 50 milhões de euros que conta investir este ano em projetos sociais.
Sobre o Orçamento do Estado para 2023, o presidente do BPI criticou a falta de medidas para empresas, nomeadamente a descida do IRC, e sobre o imposto extraordinário sobre bancos disse que "não é nada extraordinário" pois mantém-se todos os anos.
"É uma forma de cobrança que não me parece ser a mais correta", disse.
[Notícia atualizada às 16h38]
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