Segundo as atas divulgadas hoje, o Conselho destacou que as decisões devem ser tomadas em cada reunião de acordo com os dados económicos disponíveis, dado que há muita incerteza à medida que as taxas de juro se aproximam do nível máximo.
O BCE também aprovou "por um consenso muito amplo" o fim dos reinvestimentos dos títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos APP (Asset Purchase Programme) a partir de julho, mas também houve quem defendesse que a decisão devia ser adiada para se analisar os efeitos na liquidez dos bancos da devolução antecipada em junho dos empréstimos de longo prazo, refere a agência Efe.
O BCE observou que os acordos salariais em alguns países da zona do euro adicionaram riscos de subida da inflação.
Por outro lado, novas tensões nos mercados financeiros podem reduzir a inflação mais rapidamente do que o projetado.
As pressões salariais "tornam-se uma fonte cada vez mais importante de inflação", segundo as atas.
A remuneração por empregado aumentou 5,2% no primeiro trimestre de 2023 e os salários negociados subiram 4,3%, de acordo com os dados do BCE.
Além disso, acrescenta a entidade, "algumas empresas de determinados setores têm conseguido manter lucros relativamente elevados, sobretudo onde a procura tem superado a oferta".
O BCE observou que o principal problema das empresas é encontrar pessoal qualificado e, por isso, enquanto este problema persistir, a criação de emprego será acompanhada de pressões salariais.
Na reunião de 15 de junho, o BCE subiu a taxa de juro das principais operações de refinanciamento para 4%, a taxa de facilidade de depósito passou para 3,50% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez subiu para 4,25%.
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse ser muito provável uma nova subida das taxas de juro na reunião que terá lugar em finais de julho.
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